(Repete notícia divulgada ontem ao final da tarde)
Por Sergio Goncalves
LISBOA, 4 Nov (Reuters) - O lucro líquido da EDP-Energias de Portugal EDP.LS teve uma queda homóloga menor do que a prevista de 16 pct nos nove meses de 2016, com a comparação penalizada por fortes ganhos 'one off' há um ano, apesar da boa performance operacional das áreas liberalizadas na Ibéria e de renováveis.
Entre Janeiro e Junho de 2016, o lucro do Grupo EDP situou em 615 milhões de euros (ME), enquanto o EBITDA - Earnings before Interests, Taxes, Depreciation and Amortization - caiu, em termos homólogos, 3 pct para 2.893 ME, e a margem bruta subiu 5 pct para 4.263 ME.
Uma Poll de sete analistas consultados pela Reuters previa que a EDP tivesse tido um lucro de 607 ME e um EBITDA de 2.867 ME nos nove meses de 2016. EDP explicou que, nos nove meses de 2016, a queda do EBITDA foi "reflexo do menor contributo de efeitos não recorrentes: +424 ME nos nove meses de 2015, decorrente da compra a desconto à Eneva (SA:ENEV3) de 50 pct de Pecém I, no Brasil (+295 ME), da venda de activos de gás em Espanha (+89 ME) e o impacto líquido de efeitos não recorrentes na EDPR (+40 ME)".
Os efeitos não recorrentes nos nove meses de 2016 foram brutalmente menores e ficaram pelos +61 ME, "resultante da venda das centrais mini-hídricas de Pantanal no Brasil".
"Excluindo estes efeitos, o EBITDA subiu 10 pct, para 2.832 ME nos nove meses de 2016, impulsionado por uma melhoria das condições atmosféricas na Península Ibérica e Brasil, e pela expansão do portfólio", explicou a EDP.
Adiantou que "o impacto cambial no EBITDA foi negativo em 2 pct, ou menos 61 ME, fruto da depreciação do real brasileiro versus o euro em 11 pct".
"Ajustado dos impactos não recorrentes registados nos nove meses de 2015 (...) e nos nove meses de 2016 (...), o resultado líquido subiu 17 pct em termos homólogos, para 667 ME", disse.
Os fornecimento e serviços externos desceram 3 pct para 674 ME e os custos com pessoal caíram também 487 ME. O rácio OPEX/Margem Bruta melhorou 1 ponto percentual (pp) para 26 pct.
A dívida líquida caiu 8 pct ou 1.400 ME versus Dezembro de 2015, para 16.000 ME em Setembro de 2016, "ainda que reflectindo o pagamento anual de dividendos aos accionistas da EDP de 700 ME em Maio de 2016. O custo médio da dívida caiu 20 basis points para 4,5 pct.
A posição de liquidez financeira - caixa e linhas de crédito disponíveis - do Grupo EDP a Setembro de 2016 ascende a 5,8 mil ME, cobrindo as necessidades de refinanciamento da EDP até após 2019.
Em 20 de Outubro, o Grupo EDP disse que a venda de electricidade no crucial mercado ibérico teve uma ligeira subida homóloga de 0,2 pct nos primeiros nove meses de 2016 para 43,3 gigawatts hora (GWh), suportada por uma aceleração em Portugal entre Julho e Setembro, enquanto tombou no Brasil. subsidiária EDP Renováveis (EDPR) EDPR.LS anunciou esta manhã que o seu lucro líquido teve uma queda homóloga maior que prevista de 71 pct para 29 ME nos nove meses de 2016, com o aumento de custos financeiros e dos minoritários, enquanto a comparação é prejudicada por fortes ganhos 'one off' há um ano.
A quarta maior eólica mundial em capacidade instalada disse que o seu lucro líquido ajustado até aumentou 2 pct para 63 ME, explicando que os items não recorrentes representaram tiveram um impacto positivo de 38 ME nos nove meses de 2015 e um efeito negativo de 34 ME nos nove meses de 2016. EBITDA -- lucro antes de impostos, juros, depreciações e amortizações -- da EDPR cresceu 8 pct para 847 ME.
A EDP-Energias do Brasil ENBR3.SA já tinha anunciado que o seu lucro líquido entre Janeiro e Setembro de 2016 tinha tido uma queda de 29 pct para 631 milhões de reais (MR) e o EBITDA caído 15 pct para 1.881 MR, após fechar o terceiro trimestre com o lucro a subir 317 pct para 231 MR, principalmente devido ao melhor resultado financeiro. Sérgio Gonçalves; Editado por Shrikesh Laxmidas)