(Repete matéria publicada na segunda-feira)
BRASÍLIA, 18 Dez (Reuters) - O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, conversará na quinta-feira com representantes das principais agências de classificação de risco para falar sobre a reforma da Previdência e as perspectivas econômicas de 2018.
As conferências telefônicas serão feitas a partir das 11 horas, informou o ministério da Fazenda em nota nesta segunda-feira.
Na semana passada, o governo aceitou adiar a votação da reforma na Câmara dos Deputados para fevereiro do ano que vem. Questionado a respeito do impacto dessa postergação para o rating do Brasil, Meirelles já havia indicado que falaria com as agências para tratar do assunto e tentar, no limite, evitar o rebaixamento da nota de crédito do país. Twitter, Meirelles também afirmou nesta segunda-feira que votar a reforma da Previdência foi um processo controverso em todos os países que enfrentaram essa etapa.
"Mas os resultados provam que ela foi fundamental para o crescimento das nações que tiveram a coragem de enfrentar esse problema", disse.
A Fitch Ratings já pontuou em comunicado que novos adiamentos da votação da reforma podem colocar em risco a viabilidade do teto de gastos e a estabilização da dívida no médio prazo. o vice-presidente e analista sênior da Moodys, Samar Maziad, avaliou que não votar o texto neste ano "aumenta a possibilidade de que a reforma não seja aprovada no ano que vem, dada a incerteza em torno das eleições presidenciais".
Por se tratar de emenda constitucional, a reforma deve ser aprovada em dois turnos na Câmara dos Deputados, com o mínimo de 308 votos, antes de ser enviada ao Senado, onde também deve ter o apoio de, no mínimo, três quintos dos parlamentares.
Ciente da dificuldade em mobilizar a base aliada para analisar a polêmica e impopular matéria às vésperas do recesso parlamentar, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), marcou a apreciação do texto no Casa para depois do Carnaval, no dia 19 de fevereiro.
A mudança nas regras de aposentadorias é tida como imprescindível para o cumprimento do teto de gastos em 2019, primeiro ano de governo do sucessor do presidente Michel Temer.
(Por Marcela Ayres; Edição de Iuri Dantas)