Por Sergio Goncalves
LISBOA, 24 Fev (Reuters) - A Sonae Capital SONAC.LS duplicou o prejuízo para 12,3 milhões de euros (ME) em 2019 devido a uma imparidade de 'goodwill' de 10,5 ME com a venda da posição que tinha na Race-SGPS, apesar do aumento das vendas e da rentabilidade, disse a empresa.
A Sonae Capital, controlada em 62,78% pela Efanor Investimentos, que é a holding da família Azevedo, tem um portfólio de negócios que vão desde a hotelaria, a real estate, fitness, passando pela energia até à engenharia industrial.
Afirmou que o volume de negócios consolidado cresceu 27,3% para 300 ME em 2019.
O volume de negócios das unidades de negócio cresceu 46,5% para 268,8 ME e, "com excepção do segmento de engenharia industrial, todos os segmentos evoluíram favoravelmente".
Em 2019, o volume de negócios dos activos imobiliários caiu 32% para 40,5 ME - após um aumento de 12,6% em Tróia e uma diminuição de 52,2% em outros activos imobiliários.
O EBITDA das unidades de negócio cresceu 8,9% para 35,3 ME, "gerando uma margem de 13,1%, 4,6 pontos percentuais (pp) abaixo do ano anterior, em parte devido à incorporação da Futura Energía Inversiones". Na unidade de activos imobiliários, o EBITDA aumentou 17,3% para 10,1 ME.
Adiantou que "esta forte melhoria da rentabilidade operacional traduziu-se num EBITDA consolidado de 38,1 ME", mais 9,9% do que o de 2018.
O CEO Miguel Gil Mata disse que "2019 foi, sem dúvida, de importantes concretizações no âmbito da gestão activa de portefólio", mas o lucro caiu pela menos-valia com a venda da RACE e a falta de vendas significativas de activos imobiliários, sobre os quais mantém "boas perspectivas de curto-prazo".
"O resultado líquido foi de -12,3 ME, dado o efeito contabilístico non cash decorrente da venda da RACE", afirmou a Sonae Capital em comunicado.
Explicou que, "excluindo este efeito, a evolução do resultado líquido teria sido positiva face ao ano anterior", quando teve um prejuízo de 6,04 ME.
Em Novembro de 2019, a Sonae Capital vendeu os 70% que tinha no capital da RACE-SGPS, empresa especialista em sistemas de refrigeração e AVAC por 15,8 ME.
Contudo, esta alienação ditou um impacto negativo de 10,5 ME relativos uma imparidade do Goodwill.
O Conselho de Administração vai propôr um dividendo ilíquido de 0,060 euros por acção, equivalentes a um dividend yield de 8,0%.
O investimento aumentou 58,6% para a 51,7 ME, impulsionado por aquisições na área da Energia e do Fitness e pela construção de uma central de cogeração alimentada a biomassa.
Adiantou que manteve "uma estrutura de capital adequada à tipologia de negócios e activos em posse do Grupo, com o rácio da Dívida Financeira Líquida face ao EBITDA de 3,0x e um 'loan to value' (LTV) de 23,9%", ambos ligeiramente acima dos de 2018.
Num comunicado separado, a Sonae Capital referiu que assinou um contrato para a instalação de mais um hotel na cidade do Porto, em plena Avenida dos Aliados.
Afirmou que, "com abertura prevista para o primeiro semestre de 2021, o hotel contará com 70 quartos e apresentará infraestruturas de referência".
"Esta expansão enquadra-se na sua estratégia de crescimento, que prevê um aumento do número de unidades hoteleiras em exploração, permitindo potenciar sinergias e efeitos de rede na operação", concluiu.
(Por Sérgio Gonçalves)