Por Sergio Goncalves
LISBOA, 15 Nov (Reuters) - A Sonae YSO.LS , apesar dos sinais de desaceleração económica na Europa, tem perspectivas optimistas após as fortes vendas terem acelerado no terceiro trimestre de 2018 e a rentabilidade melhorado, disse fonte oficial do grupo.
O lucro consolidado da Sonae, dona da líder do retalho alimentar de Portugal Sonae MC, teve um crescimento homólogo de 50,1 pct para 200 milhões de euros (ME) nos nove meses de 2018, com um aumento das vendas e rentabilidade, e um forte crescimento dos resultado indirecto.
O resultado indirecto atingiu 114 ME, sendo que no terceiro trimestre teve um ganho de capital de 46 ME, resultante da aquisição da participação de 20 pct da Sonae Sierra (SA:SSBR3).
O volume de negócios consolidado da Sonae cresceu 7 pct para 4.236 ME, tendo a taxa de crescimento no terceiro trimestre acelerado para 7,7 pct.
O EBITDA - Earnings before Interests, Taxes, Depreciation and Amortization - subiu 1,7 pct para 270 ME, beneficiando de um aumento de 3,5 pct do EBITDA subjacente juntamente com uma evolução ainda melhor do resultado obtido pelo método de equivalência patrimonial, que cresceu 29,6 pct para 47 ME.
A fonte oficial da Sonae frisou que "2018 está a ser um ano bastante positivo e em crescendo para a Sonae".
"Estamos com um forte crescimento no volume de negócios (...), com todos os negócios a crescerem face ao ano passado e inclusivé com uma aceleração no terceiro trimestre", referiu.
"É verdade que pode haver alguma incerteza a nível europeu, mas o clima, em particular em Portugal, e a evolução do consumo são bastante positivos. Portanto, as nossas perspectivas são optimistas", acrescentou.
Destacou o crescimento da Sonae MC e da Worten, frisando que "também está a ser um ano positivo do ponto de vista da rentabilidade", visível pelo EBITDA subjacente ter crescido 3,5 pct e o resultado pelo método de equivalência patrimonial ter subido 29,6 pct.
MARGEM ESTABILIZA RETALHO
No retalho alimentar, a Sonae MC, o volume de negócios cresceu 7 pct, em termos homólogos, para 3.012 ME, e a margem EBITDA subjacente ficou estável nos 5,2 pct.
Esta evolução beneficiou de um aumento de vendas no universo comparável de lojas de 2,5 pct e do contínuo plano de abertura de lojas, em particular com 8 novas lojas Continente Bom Dia e 1 Continente Modelo.
A fonte oficial da Sonae lembrou que a Sonae MC vinha numa "tendência histórica nos últimos anos de alguma compressão na margem por via do forte ambiente competitivo em Portugal".
"Mas, as boas notícias deste ano, para além do crescimento, passam muito pela estabilização da margem da Sonae MC, que é muito relevante", referiu.
"Desde o início do ano que temos a margem estabilizada face ao trimestre anterior e no acumulado temos também estabilizada".
Recordou que o grupo vai reportar o perímetro da actual Sonae MC até ao final deste ano, altura a partir da qual passará a reportar o perímetro da nova Sonae MC, que resulta da reorganização realizada.
"Em ambos os perímetros estamos com a margem estabilizada face ao ano passado (...) no processo de IPO, que acabou por não acontecer, nós demos o 'guidance' de que a margem no final do ano se mantenha estável no final do ano".
MAIOR VISIBILIDADE
Afirmou que a Sonae acreditava que o IPO da Sonae MC, entretanto anulado, "poderia trazer várias vantagens, não só aos accionistas da Sonae, mas também ao negócio da Sonae MC e uma delas era dar mais visibilidade à valorização do negócio, o que permitiria valorizar a própria Sonae e o portefólio do grupo".
"Apesar de não termos concretizado a operação (IPO) por condições muito adversas do mercado de capitais, achamos que conseguimos dar mais visibilidade ao negócio ao longo do processo", disse.
Explicou que o facto de se "ter criado um elo de comunicação mais directo da Sonae MC e da sua gestão com o mercado ao longo dos últimos meses permitiu isso mesmo".
"Acreditamos que já conseguimos criar essa comunicação mais directa e dar mais visibilidade à qualidade do activo, da equipa de gestão e aquilo que vale o negócio", acrescentou.
Afirmou que, "neste momento, não há quaisquer planos para voltar a fazer o IPO no curto prazo". (Por Sérgio Gonçalves; Editado por Catarina Demony)