Sonae termina parceria com angolana Isabel dos Santos na NOS

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LISBOA, 20 Ago (Reuters) - A portuguesa Sonae YSO.LS reforçou a sua posição na empresa de telecomunicações local NOS NOS.LS , aumentando a sua participação e abandonando a parceria com Isabel dos Santos, filha do antigo ex-presidente de Angola.

A Sonaecom SNC.LS , parte do conglomerado Sonae, disse num comunicado na noite de quarta-feira que dissolveu a ZOPT, uma empresa 50-50 com Dos Santos, e que detinha o controlo de 52,15% da NOS.

Dos Santos foi constituída arguida numa investigação de fraude em Angola em Janeiro e as suas acções na NOS foram arrestadas por um tribunal de Lisboa, em Abril, privando assim a ZOPT dos seus direitos de voto na totalidade.

Dos Santos negou repetidamente qualquer irregularidade.

Os activos da ZOPT, incluindo as acções na NOS, serão repartidos equitativamente entre os seus accionistas, afirmou a Sonaecom no comunicado à CMVM, reguladora do mercado português.

A Sonae informou em comunicado separado que comprou 7,38% em acções da NOS ao banco privado BPI (LS:BBPI), sendo agora a maior accionista da operadora de telecomunicações, com uma participação de 33,45%.

A Sonaecom comunicou em Abril que contestaria a decisão de privar a ZOPT dos seus direitos de voto, afirmando que "não era responsável pelas dívidas dos seus accionistas". Santos vendeu ou perdeu quase todas as suas participações em grandes empresas portuguesas, sendo a sua participação indirecta na petrolífera Galp GALP.LS a única que saiu ilesa do escândalo.

Dos Santos não comentou imediatamente.

A investigação relaciona-se com uma alegada má gestão e apropriação indevida de fundos durante o seu tempo como presidente da estatal petrolífera angolana Sonangol.

A procuradoria-geral de Portugal ordenou a apreensão das suas contas em bancos portugueses em Fevereiro. Dezembro, Angola congelou as participações de Isabel dos Santos em empresas angolanas incluindo a Unitel, a BFA e a ZAP MIDIA.

Texto original em inglês: (Reportagem de Victoria Waldersee e Noah Browning, traduzido para português por Maria Gonçalves; Editado por Patrícia Vicente Rua em Lisboa)