SÃO PAULO, 23 Out (Reuters) - Os resultados de empresas do setor de saúde do terceiro trimestre não devem trazer dados "emocionantes", na visão do BTG Pactual (SA:BBTG99), com apenas alguns destaques em cada empresa do setor.
- "Uma vez que, na média, os resultados das empresas do setor de saúde não deterioraram tanto quando a crise se intensificou, refletindo o perfil defensivo da indústria, o setor não deve aproveitar um crescimento rápido agora que o cenário macro está mostrando sinais de recuperação", escreveu o analista Rodrigo Gastim em relatório a clientes.
- Desta forma, o analista destaca a expectativa pela melhora sequencial no retorno sobre capital investido do Fleury FLRY3.SA , a evolução robusta de margem da Qualicorp QUAL3.SA , além da alguma espera por melhora também em números da Odontoprev ODPV3.SA .
- No caso da Qualicorp, única entre as três empresas a compor a carteira teórica em vigor do Ibovespa, o banco acredita que os números vão levar a leituras sem direção comum.
- "Cenário macro fraco e outro aumento de preços de 20 por cento em julho devem levar as adições líquidas a uma das piores marcas, com a combinação de adições brutas mais fracas e uma alta na taxa de rotatividade. Por outro lado, as margens devem expandir fortemente, rumando para a máxima para um terceiro trimestre (alta de 6,4 ponto percentual na comparação anual, para 45,6 por cento), com Ebitda de 249 milhões de reais, alta de 23,5 por cento", escreveu o analista.
- O BTG destaca que a Odontoprev está perdendo participação, com número oficiais indicando a perda de 39 mil membros nos dois primeiros meses do terceiro trimestre. A estimativa do banco é de perda líquida de 12 mil clientes no período.
- "Após receber uma decisão favorável sobre o INSS, a Odontoprev parou de registrar custos de INSS, provavelmente resultando em grande melhora na sinistralidade", escreveu o analista, acrescentando que o modelo do banco vê melhora na sinistralidade para os segmentos corporativos, enquanto a expectativa para os planos individuais é de mais deterioração na sinistralidade. O Ebitda pode alcançar 81 milhões de reais, alta de 26 por cento na comparação anual, com margem de 22 por cento.
- Já em relação ao Fleury, o BTG espera que a receita salte 16 por cento no terceiro trimestre ante igual período do ano passado, para 627 milhões de reais, impulsionadA por novas unidades e menos recusas dos planos de saúde. A margem deve subir 1,5 ponto percentual, para 27,4 por cento, com Ebitda de 141 milhões de reais e lucro líquido crescendo 45 por cento, a 92 milhões de reais.
- Por volta das 13:05, as ações da Qualicorp caíam 2,1 por cento, enquanto o Ibovespa .BVSP perdia 1 por cento. Fora do Ibovespa, Odontoprev subia 1,2 por cento e Fleury tinha baixa de 0,6 por cento. (Por Flavia Bohone, edição Alberto Alerigi Jr.)