BERLIM, 3 Jul (Reuters) - O Partido Social-Democrata da Alemanha (SPD), que integra a coaligação da chanceler alemã, Angela Merkel, disse nesta terça-feira que ainda precisa avaliar um acordo sobre políticas migratórias que a líder fechou com os seus aliados da Baviera para salvar o seu governo com apenas três meses.
O acordo entre a União Democrata-Cristã (CDU), de Merkel, e os seus aliados bávaros da União Social-Cristã (CSU (SA:CARD3)) prevê zonas de trânsito especial na fronteira da Alemanha com a Áustria onde imigrantes já registados em outros países da União Europeia serão mantidos.
Estes então seriam enviados de volta, embora a Áustria ainda não tenha concordado com isso e tenha sinalizado possíveis objeções, dizendo que tinha proteger as suas fronteiras com a Itália e a Eslovénia se o acordo alemão entrar em vigor.
A nova política que aumenta as restrições para imigrantes é um meio-termo que permitiu que Merkel e o líder da CSU, Horst Seehofer, pusessem fim a uma disputa sobre imigração que tem ameaçado sua coaligação governamental.
Merkel disse que o acordo mostra que a Alemanha não está simplesmente a tomar acções unilaterais, mas a trabalhar com os seus parceiros da Europa.
Seehofer, que também é ministro do Interior e que defende controles mais rígidos nas fronteiras do país, provocou incerteza nos últimos dias ao ameaçar renunciar ao cargo, mas depois voltou atrás. Agora, disse que continuará com a pasta.
A disputa destacou as profundas divergências dentro da Europa sobre como lidar com os imigrantes que têm chegado ao continente nos últimos três anos.
Seehofer disse que irá a Viena em breve e que já conversou com o chanceler da Áustria, Sebastian Kurz, por telefone. "Tenho a impressão de que ele está interessado numa solução sensata", disse antes de um evento do partido.
(Reportagem de Madeline Chambers)
para português por Sérgio Gonçalves)