O enquadramento permaneceu favorável aos mercados de dívida de governos na área do euro, prolongando-se o ambiente de baixas taxas, baixa volatilidade e "procura de yield". A periferia continuou a beneficiar deste ambiente, com um impacto limitado do impasse na Alemanha para a formação de uma coligação de governo. Talvez mais relevante na última semana tenha sido o significativo flattening da curva alemã, em simpatia com o que foi observado na curva dos EUA. A evolução das yields na área do euro continua a demonstrar o sucesso do forward guidance do Banco Central Europeu, limitando a reação à continuação da subida na cotação do petróleo e à divulgação de sinais positivos para a economia da região. O PMI composto da IHS Markit para a área do euro atingiu na leitura preliminar de novembro o valor mais elevado desde o início de 2011, com a forte procura a criar limitações na capacidade instalada e encorajar as firmas a criar emprego. As componentes de preços sugerem a gradual criação de pressões inflacionistas. A manutenção deste ambiente macro ao longo dos próximos meses poderá ser importante, tendo em conta que, tal como foi visível nas minutas do Banco Central Europeu para a reunião de outubro, a decisão de manter o programa QE open-ended criou algum desconforto, mesmo reconhecendo que, para já, os membros mais dovish continuam em maioria.
A última semana ficou também marcada pela divulgação das minutas da reunião de 31 de outubro / 1 de novembro do Comité de Política Monetária da Reserva Federal dos EUA. A já esperada pelo mercado subida de 25 pontos de base na fed funds rate para a reunião de dezembro continua a encontrar suporte no Comité. De qualquer forma, o Comité permanece dividido relativamente à evolução da inflação, num momento em que teremos a entrada de um novo Chair, o que aumenta a incerteza não só relativamente aos "dots" que serão divulgados em dezembro, mas principalmente quanto ao comportamento do Comité ao longo do próximo ano.
O calendário da próxima semana mostra-nos a divulgação dos indicadores de confiança da Comissão Europeia, o índice ISM para a indústria, dados para a inflação na área do euro (índice harmonizado de preços no consumo) e nos EUA (índice PCE), as contas nacionais trimestrais por parte do INE para o 3º trimestre de 2017, e a presença de Jerome Powell perante o Senado, inserido no processo de nomeação para Chair da Reserva Federal dos EUA.
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