Boa tarde! Espero que se encontrem todos bem de saúde. Neste artigo vou falar da “Reserva Federal” e também um pouco do que está por detrás do movimento da taxa de juro diretora. Vamos então ver!
Será que os títulos dizem tudo? Claro que não, por vezes até dão uma ideia errada de como as coisas se processam e o posterior conteúdo da notícia, por vezes, pode não ser esclarecedor o suficiente para a pessoa que consome essa mesma notícia.
Quando se houve falar em Reserva Federal, acredito que a resposta de muitos (intervenientes nos mercados financeiros, professores universitários da área financeira, alunos, profissionais na área financeira), dizem ser o organismo que controla as taxas de juros (e está tudo bem com isso), mas a questão é, como o FED faz isso e como isso influência os mercados financeiros.
De forma algo resumida (para não me tornar chato), um qualquer banco comercial precisa de conter uma certa quantia de (dinheiro reserva) para “operar/trabalhar” com sucesso. Diria que este é um tema complexo e depende sempre de cada interveniente (instituição bancária), mas de certo modo, um “Bom Banco” é aquele que têm um determinado nível de liquidez imposto pelo Banco Central, ao passo que transmite credibilidade, pois, (exemplo) se eu sou cliente do “Santander”, eu devo ter confiança com o mesmo, de modo que a qualquer momento consigo retirar o meu dinheiro. Na ótica dos bancos, é “caro” manter esse mesmo dinheiro de reserva disponível parado, pois, significa que não o podem investir. Claro que, se o banco tem muito dinheiro de reserva, estão a perder potenciais oportunidades de rentabilizar/emprestar o dinheiro a uma taxa de juro mais alta. Por outro lado, se existe pouco dinheiro de reserva, o risco de uma crise de liquidez aumenta, e claro que até ao momento que a FED saía a “tapar buracos” financeiros está tudo bem, mas a função assumida pela FED, diria que está em vias de terminar!
Diariamente que está a frente de grandes instituições bancárias, diria que se confronta com grandes decisões para ter um equilíbrio do balanço da instituição que dirige, e decidirem questões como, por exemplo, como se encontra a minha reserva bancária, caso haja excedente de dinheiro, é procurar soluções de investimento com base no (tempo), que os donos se se sentem confortáveis com o investimento “x ou y”. Pelo contrário, se o dinheiro for escasso, a opção é uma, é pedir emprestado a “alguém”.
E como acontecem esses empréstimos?
Se for um empréstimo de outras instituições bancárias, os bancos podem emprestar livremente uns aos outros durante a noite, de modo a fazer uma gestão eficiente das suas reservas de caixa. O mercado para os empréstimos “overnight” entre grandes instituições financeiras é denominado Federal Funds Market (FFM) ou, em português, Mercado de Fundo Federais. A taxa acordada é denominada pela Federal Funds Rate (FFR) ou, em português, Taxa dos Fundos Federais, definida pelas partes envolvidas no negócio, retirando assim da equação a FED.
Por outro lado, se for um empréstimo da Reserva Federal (FED), a história é outra, pois, grandes instituições financeiras comerciais pedem empréstimos a Reserva Federal. A taxa de juro cobrada pela FED é denominada “Discount Rate”, sendo única e exclusivamente controlada pelo organismo em questão. O que permite que as instituições financeiras recebam empréstimos é um mecanismo da FED que se denomina “Discount Window”, que permite aos bancos, num determinado período temporal, ultrapassar situações menos positivos no que ao capítulo da liquidez diz respeito. Por que é pouco comum pedir emprestado a FED? Pedir emprestado a Reserva Federal, por norma, fica mais caro do que pedir emprestado aos seus “concorrentes”. Outro motivo, é que quando se pede um empréstimo a Reserva Federal, pode ser sinal de que nenhum banco quer emprestar dinheiro a essa instituição financeira, o que pode significar sentimentos de desespero e de provável insolvência por parte do banco que pede emprestado.
Obrigado!