EURUSD: Dólar norte-americano volta a activar perfil de refúgio com reunião do BCE em foco nesta semana
No fim da passada semana, Trump afirmou, com a leviandade característica dos seus comentários no âmbito do comércio internacional, que estaria pronto para impor mais taxas alfandegárias sobre USD 267 mil milhões de importações oriundas da China, em acréscimo aos USD 200 mil milhões, cujo período de consulta pública já terminou e que podem entrar em vigor a qualquer momento. O USD reagiu em alta, posicionando-se como refúgio.
Apesar da subida de alívio verificada ontem, o sentimento negativo parece estar a estender-se pela actual semana. Na quinta-feira, ocorrerá a conferência de imprensa do BCE que sucede a última reunião. Ainda que não estejam previstas novidades materiais – o programa de compra de activos será reduzido de EUR 30 mil milhões para metade a partir de Outubro – os recentes indicadores desapontantes de inflação poderão pesar no tom do discurso de Draghi, que, à excepção deste factor, se afigura predominantemente neutro.
Referência técnica: Ainda que tenham sido registadas algumas falsas quebras, desde o fim de Agosto, o EURUSD negoceia dentro de um canal descendente bem demarcado. Após ter respeitado o seu limiar superior como resistência, antecipamos que possa retrair até à região de suporte-chave entre os 1,1540 e 1,1510. Nessa mesma zona, estão os 50% da retracção de Fibonacci presente no gráfico. Deverá ser um nível decisivo para nova força compradora ou reforçada pressão vendedora – o discurso de Draghi deverá determinar qual das facções assumirá controlo.
USDNOK: Par escandinavo está pressionado, devido ao bom momento económico na Noruega
O ciclo de subida das taxas de juro na Noruega poderá ser iniciado já na reunião do banco central agendada para dia 20 de Setembro. A inflação no consumidor, publicada ontem, saiu acima do esperado, o inquérito empresarial apresentou resultados animadores e o PIB trimestral, divulgado hoje, revela uma aceleração do crescimento (de 0,5% no 2o trimestre para 0,8%) o que suporta uma eventual decisão de normalização monetária. O crescimento é generalizado na economia norueguesa, excepto no sector de retalho, que enfrenta dificuldades estruturais.
O USD Index tem mostrado dificuldade em ultrapassar a resistência horizontal nos 95,50. Do ponto de vista fundamental, o aumento das taxas alfandegárias aplicadas por Trump à China e a outros países fortemente exportadores poderá penalizar o dólar americano.
Referência técnica: Preferimos posições baixistas, dada a reacção negativa na linha de tendência descendente traçada a partir de Janeiro de 2016. Podemos estar perante a formação de um duplo topo, figura de inversão da tendência ascendente. Em termos de osciladores, destacam-se os máximos mais baixos no RSI e o cruzamento das médias móveis do estocástico lento junto ao nível dos 80. A neckline do potencial duplo topo, em torno dos 8,28, é o primeiro objectivo.
GBPUSD: “Buy the rumour, sell the fact” para as últimas notícias sobre o Brexit
O comissário da União Europeia para o Brexit, Michel Barnier, afirmou que o acordo para a saída do Reino Unido da União Europeia pode ser atingido dentro de seis a oito semanas, combinando esta notícia com a divulgação das últimas medições do PIB britânico, melhor que o esperado (+0,3% MoM vs 0,1% estimado), o que ajudou a libra a atingir o valor mais alto dos últimos dois meses.
No entanto, não existem avanços reais nas negociações, uma vez que o objectivo sempre foi chegar a um acordo no final de Outubro/início de Novembro. O principal driver para a libra continua a ser o avanço nas negociações do Brexit, um resultado que é ainda altamente imprevisível, assim, a volatilidade deverá permanecer nas próximas semanas.
Referência técnica: Após uma recuperação da libra desde meados de Agosto, e depois de atingir a banda supeior do canal descendente, será de considerar uma retoma da tendência negativa, pelo menos até haver notícias materiais sobre as negociações do Brexit.
XAUUSD: Metais precisos continuam pressionados devido à incerteza em relação à guerra comercial EUA-China
O ouro já desvaloriza mais de 8% este ano, pressionado pelas disputas comerciais, pela desvalorização das moedas emergentes e pelos aumentos das taxas de juro dos EUA que têm fortalecido o dólar, tornando o ouro mais caro para detentores de outras divisas.
O metal dourado continua com um rácio de contratos compradores versus contratos vendedores inferior à unidade, o que significa que os investidores institucionais acabam por ter, na sua globalidade, uma visão negativa para o ouro a médio prazo.
Referência técnica: O ouro continua a respeitar a tendência negativa que tem vindo a estender-se desde Abril de 2018 coincidindo com o agravamento das tensões comerciais e com a valorização do dólar. Depois do ouro quebrar a bandeira de alta assinalada no gráfico continuou a mostrar pressão vendedora, pelo que se previligiam posicionamentos curtos nos metais preciosos, nomeadamente no ouro.
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