Pela terceira semana consecutiva, os preços do ouro vem facilitando a abertura de posições longas por todo o mercado. O contrato de futuros de ouro com fechamento para dezembro de 2016 estão sendo agora negociados a níveis próximos de 1.263 USD por onça troy. Os investidores determinam o mínimo entre 1.250-1.252 USD apesar do mercado estar se recuperando rapidamente. No curto prazo (timeframe diário) as cotações de ouro apresentam dinâmica lateral com os limites estabelecidos entre 1.246-1.270 USD. Não cremos que os preços sairão dele no curto prazo, todavia a conjuntura poderpa mudar a situação rapidamente.
A atitude dos investidores em relação ao risco nos mercados globais permanece neutra, bem como os traders não esperam medidas drásticas por parte do Fed. A demanda por ativos de segurança permanece a níveis moderados. O mercado de dívida representa hoje, para os traders mais especulativos, o mais interessante para cobrir riscos do que os de metais preciosos. De acordo com a Barchart, atualmente as 88% de todas as posições envolvendo ouro são para venda. Uma semana atrás, o valor era de 80%. Parece que, aos poucos, irá se formar um novo ponto de entrada para o ouro, a única questão que se põe é o tempo para a realização deste cenário.
Nossa previsão é de que os traders devem analisar a dinâmica do dólar americano. Quanto mais forte ficar a moeda norte-americana, maior a probabilidade de declínio nos preços dos metais preciosos. Observamos queda com o par EURUSD desde 01 de outubro, com uma pequena pausa para recuperação técnica, todavia a tendência de médio prazo não está claro. Um bom indicador da dinâmica do dólar é o índice de preços ao consumidor dos EUA. Através dele percebemos que o dólar se fortaleceu contra o euro, criando as condições para a pressão sobre o ouro. Quanto melhor for a estatísticas sobre os EUA, mais intensas serão as consequências sobre o ouro, uma vez que a probabilidade de crescimento da taxa de juros aumentará proporcionalmente.
A economia norte-americana irá reduzir o ritmo de crescimento a ponto do Fed propor novamente a impressão de dinheiro para lidar com a estagflação. A inflação alta, acompanhada de recessão econômica, aliada a taxa de juros negativas irá criar o ambiente mais favorável para o crescimento do ouro. O gráfico abaixo traça a correlação negativa entre as taxas de juros reais e os preços do ouro. Ao longo da amostragem histórica, desde 1970 o declínio nas taxas de juros reais foi acompanhado pelo aumento dos preços de ouro.
Segundo especialistas norte-americanos, a elevação dos juros pelo Fed em dezembro já está incluído no preço do ouro. Ao se reduzir o preço do metal precioso, mais rentáveis serão as compras.