A última semana mostrou uma retração em alguns dos principais indicadores de sentimento de empresários na área do euro (índice Ifo e índice PMI composto da IHS Markit) referentes a fevereiro. Em ambos os casos, os valores permanecem elevados em termos históricos, sendo que inclusivamente o PMI composto da IHS Markit ainda é compatível com um ritmo de expansão superior no 1º trimestre de 2018 face ao observado nos últimos 3 meses de 2017.
As minutas da reunião de 30 e 31 de janeiro do Comité de Política Monetária da Reserva Federal dos EUA confirmaram a maior confiança relativamente à subida da inflação para junto da meta de 2%, assim como a leitura positiva do contexto económico (via um efeito mais favorável do que o inicialmente esperado do plano fiscal aprovado no final de 2017). Na área do euro, as minutas da reunião de janeiro do Banco Central Europeu suportaram a ideia de uma alteração gradual do forward guidance do Banco, dependendo da evolução dos dados económicos. Com as yields a 10 anos das obrigações da Alemanha e dos EUA junto de 0,8% e 3,0%, respetivamente, as reuniões de março dos dois bancos centrais (que irão incluir a atualização das previsões macro) serão importantes na procura de direção a partir dos níveis já atingidos, tendo presente que os investidores anteciparam já a normalização da política monetária nas duas regiões.
Para a próxima semana, a atenção estará nos dados de inflação na área do euro (leitura preliminar de fevereiro do índice harmonizado de preços no consumo na quarta-feira) e nos EUA (deflator das despesas de consumo privado de janeiro na quinta-feira), tendo em conta a sensibilidade dos mercados aos dados sobre a inflação, assim como no Testemunho de Jerome Powell perante o Comité de Serviços Financeiros do Congresso na quarta-feira), num momento em que as expectativas para as subidas na fed funds rate se encontram já próximas do indicado pelos membros do Comité na reunião de dezembro. Estes eventos de risco serão importantes para possibilitar a consolidação junto dos atuais níveis na área do euro e nos EUA.
A dívida soberana portuguesa permaneceu suportada na última semana, mesmo se comparada com Itália e Espanha. Foi visível um aumento dos spreads nos 10 anos face à Alemanha (principalmente em Espanha e Itália), também refletindo a descida nas yields da Alemanha. Uma maior deterioração nos índices de crédito (iTraxx Xover) permanece um risco para os spreads nos 3 países, ao forçar que seja incorporado um maior prémio de risco de crédito.
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