O início desta semana nos mercados financeiros foi marcado por uma maior confiança e apetite pelo risco. A contribuir para este sentimento esteve a expectativa de que diversos bancos centrais pudessem diminuir as suas taxas de juro diretoras bem como a disponibilidade demonstrada por vários países em terem uma política fiscal mais expansiva de forma a combater os efeitos negativos do surto do coronavírus.
Isto levou a uma valorização dos mercados acionistas, onde foi possível observar o Stoxx 600 - principal índice de referência europeu - a subir 0,09%. No lado americano, o Dow Jones ganhou 5,09% enquanto o Nasdaq cresceu 4,49% e o S&P 500 valorizou 4,60%. No mercado de dívida aquilo que se observou foi uma subida das yields das obrigações dos principais países europeus, sendo um típico acontecimento de um dia de maior apetite pelo risco.
Logo na terça-feira, estas expectativas tornaram-se realidade e os bancos centrais da Austrália, Estados Unidos e Canada reduziram as suas taxas de juro. Apesar destas medidas terem o potencial de aumentar a procura agregada da economia, aquilo que foi interpretado foi visto como um sinal de “alarme” nos mercados. Estas iniciativas políticas parecem ter sido vistas com bons olhos pelos mercados, no entanto o seu positivo impacto foi apenas momentâneo. Para os investidores, o controlo relativamente à propagação do vírus é mais relevante do que os estímulos dos países às diferentes economias.
Como resultado, a grande incerteza que ainda se vive relativamente à difusão do coronavírus tem levado a fortes quedas nos mercados acionistas, compensado assim grande parte dos ganhos do início da semana. Até ao início de sexta-feira, o índice acionista do Dow Jones valorizou 3,1%, enquanto o S&P 500 cresceu 2,62% e o tecnológico Nasdaq subiu 1,98%. Na Zona Euro, o Stoxx 600 valorizou apenas 1,39%. No que toca às yields de diversos países nos principais mercados de dívida, aquilo que é possível observar são os seus valores em mínimos históricos. Em particular, os juros da dívida americana a 10 anos está a cotar abaixo de 1%.
No entanto, o dia desta sexta-feira está a ser muito negro para os mercados financeiros, onde se observam quedas vertiginosas a acontecerem nos principais índices acionistas mundiais. De forma agregada, esta semana irá muito provavelmente fechar em valores muito próximos ou até mais baixos daqueles em que acabou na semana passada.