Investir em fundos
A subscrição de fundos de investimento constitui uma excelente alternativa às baixas taxas de juro oferecidas atualmente pelos produtos de poupança mais populares, como depósitos a prazo e certificados do tesouro. Apesar de frequentemente existir a ideia de que os fundos de investimento são arriscados e de que são apenas destinados a investidores com um perfil mais agressivo, a verdade é que existem opções para todos os tipos de investidor. Se é um investidor que valoriza a preservação do capital acima de tudo, não estando disposto a correr grandes riscos, então há um tipo de fundo de investimento adequado a si.
Fundos para investidores conservadores
A melhor opção para investidores conservadores que estejam dispostos a correr um risco mínimo no seu investimento, consiste nos fundos com forte componente obrigacionista.
Habitualmente os fundos de investimento são compostos por ações e obrigações. Sabendo que a volatilidade das ações é normalmente mais pronunciada do que das obrigações, a proporção destes dois tipos de ativos num fundo de investimento é uma medida frequentemente tida em conta para determinar o risco. Assim, um fundo com maior proporção de ações em relação a obrigações costuma ser considerado com risco superior, enquanto um fundo onde a componente de obrigações prevalece, é habitualmente visto como um fundo conservador.
Apesar da proporção entre ações e obrigações poder variar ao longo do tempo de acordo com oportunidades identificadas pela equipa de gestão, a proporção máxima de cada ativo encontra-se normalmente definida à partida. Assim é habitual ver referências como “até 75% de ações” o que significa que, no máximo, a cada momento, o fundo poderá deter até 75% de ações, sendo o restante obrigações ou liquidez.
Cuidados na escolha de um fundo obrigacionista
De uma forma geral, de acordo com o exposto acima, um fundo com uma componente de obrigações bastante superior a ações pode ser considerado adequado a um investidor conservador. No entanto, há que ter em conta que existem diversos tipos de obrigações podendo conferir uma maior ou menor volatilidade ao fundo. Obrigações de empresas em risco de incumprimento ou países fortemente endividados, por exemplo, acrescem algum risco (que pode ser indesejado pelo investidor) ao fundo. Desta forma é necessário analisar cuidadosamente o tipo de obrigações que o fundo possui para garantir que não existe nenhuma incompatibilidade com o seu perfil de investidor. Este tipo de informação pode ser consultado nas fichas de informação do fundo ou solicitado junto do seu intermediário financeiro.
Ao analisar opções de fundos de investimento será também confrontado com a necessidade de escolher entre fundos que capitalizam ou distribuem rendimentos. Os primeiros integram o rendimento gerado pelas obrigações na cotação do fundo, os segundos distribuem esses rendimentos aos investidores. Estes últimos têm a desvantagem de sempre que existir uma distribuição o investidor ter de suportar impostos e, por vezes, pagar comissões ao intermediário financeiro. De qualquer forma não existe uma escolha acertada neste assunto pois depende dos objetivos de cada investidor.
Conclusão
Apesar de existir, por vezes, a perceção de que os fundos de investimento são sempre produtos com risco elevado e apenas destinados a investidores que aceitam desvalorizações no seu capital, a verdade é que existem fundos de investimento para todos os perfis. No caso concreto dos investidores que procuram não incorrer em perdas acima de tudo, existe a opção dos fundos de investimento com uma forte componente de obrigações. A baixa volatilidade habitualmente associada a este tipo de ativo torna o investimento neste tipo de fundos com um risco mínimo de perdas, mas com potencial de valorização superior a produtos de poupança como depósitos a prazo.