O final de 2017/início de 2018 ficou marcado por uma subida das yields na área do euro e nos EUA. Na área do euro, o movimento ocorreu perante o regresso do mercado primário, a redução no ritmo mensal de compras do programa APP do Banco Central Europeu e a incerteza política relacionada com as eleições legislativas marcadas para 4 de março em Itália. Os sinais de um ritmo sólido de crescimento económico continuam a ser visíveis na área do euro e nos EUA, tal como ficou ilustrado pela leitura final de dezembro do índice PMI composto da IHS Markit para a área do euro, ou pelo valor para o mesmo mês do índice ISM para a área industrial da economia dos EUA.
As expectativas de inflação registaram também uma subida, acompanhando a evolução da cotação do petróleo, sendo de salientar um valor acima de 2% para a taxa breakeven a 10 anos para os Treasuries. Ainda nos EUA, a divulgação das minutas da reunião do Comité de Política Monetária da Reserva Federal dos EUA de dias 12 e 13 de dezembro reforçou a expectativa de uma subida de 25 pontos de base para a fed funds rate na reunião de março.
A nossa atenção para os próximos meses permanecerá nos riscos de o mercado apreçar mais do que duas subidas de 25 pontos de base na fed funds rate ao longo de 2018. Entretanto, na área do euro, parecem ter aumentado as expectativas de o Banco Central Europeu terminar o programa APP no final de setembro e, consequentemente, a possibilidade de a primeira subida de taxas ocorrer mais cedo, depois dos comentários de Yves Mersch e Benoît Coeuré. A evolução da inflação deverá, contudo, permanecer no centro das atenções, relembrando que o Banco Central Europeu espera um abrandamento no 1º trimestre de 2018, consequência do efeito base da componente da energia. Para os próximos meses, continuamos a ver a parte intermédia da curva alemã como mais sensível a eventuais ajustes no forward guidance do Banco e à discussão relativamente ao futuro do programa APP depois de setembro de 2018.
A evolução favorável da curva soberana portuguesa relativamente a Itália é vista como reduzindo a sua atratividade, perante a expectativa do regresso do IGCP ao mercado, mesmo reconhecendo que as eleições legislativas em Itália poderão permanecer um fator de risco para as próximas semanas. Teremos hoje a leitura preliminar de dezembro para o índice harmonizado de preços no consumo na área do euro e o relatório de emprego nos EUA para o mesmo mês. Na próxima sexta-feira, as vendas a retalho e o índice de preços no consumo para dezembro nos EUA serão divulgados. Permanecemos atentos aos riscos de yields mais elevadas nos Treasuries, e ao seu impacto na área do euro.
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