No que se refere a Portugal, o Banco de Portugal divulga hoje a leitura de dezembro para os seus indicadores coincidentes (atividade económica e consumo privado). Ontem, na síntese económica de conjuntura para dezembro divulgada pelo INE, o indicador de atividade económica referente a novembro atingiu o valor mais elevado desde março de 2001, o que poderá representar um sinal positivo para a economia no final de 2017. Uma evolução positiva da economia continua a ser vista como um importante suporte para os spreads da dívida soberana de Portugal, principalmente à medida que nos aproximamos do final das compras líquidas ao abrigo do programa PSPP do Banco Central Europeu.
O calendário económico da próxima semana é marcado pela divulgação de vários indicadores de sentimento, nomeadamente os indicadores PMI da IHS Markit (quarta-feira) e o índice Ifo na Alemanha (quinta-feira). Para a área do euro, estes indicadores terminaram 2017 em valores elevados em termos históricos, sinalizando a manutenção de um sólido ritmo de expansão, ou mesmo uma aceleração no final do ano passado. Contudo, a atenção dos mercados de dívida soberana deverá concentrar-se na reunião do Banco Central Europeu, com a conferência de imprensa de Mario Draghi na quinta-feira. A subida nas expectativas para as taxas provocada pela divulgação das minutas de dezembro da reunião de política monetária do Banco Central Europeu, principalmente reflexo das referências a alterações no forward guidance no início de 2018, aumentou a importância da reunião da próxima semana. Mesmo tendo em conta as palavras recentes de Vítor Constâncio, a fraca evolução da inflação e o facto de apenas na reunião de março serem divulgadas novas previsões macro, os mercados procurarão novas alterações (ainda que graduais) na política de comunicação do Banco.
Entretanto, nos EUA, a yield a 10 anos dos Treasuries continua o seu movimento de subida. O calendário económico da próxima semana não contém dados capazes de afetar o sentimento (teremos apenas as encomendas de bens duradouros na sexta-feira). De qualquer forma, o enquadramento de crescimento económico acima da tendência de longo prazo com que deverá ter terminado 2017, e o impacto do Plano Fiscal já a partir do 1º trimestre de 2018, num ambiente de subida na cotação do petróleo, representa um suporte para as expectativas de inflação e, consequentemente para yields mais elevadas nos EUA... mas também na Alemanha, traduzindo alguma normalização no ambiente de baixas taxas de juro, tendo em conta os sinais positivos que a economia continua a apresentar...
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