No momento em que escrevemos, assistimos a uma subida das yields na Alemanha e nos EUA, reflexo da estabilização dos índices de ações e da obtenção de alguns níveis técnicos relevantes, antes de eventos esperados para os próximos dias: relatório de emprego de março nos EUA (dia 6), discurso de Jerome Powell sobre as perspetivas para a economia dos EUA (dia 6), a leitura também para março do índice de preços no consumo (dia 11) e a divulgação das minutas da reunião de dias 20 e 21 de março do Comité de Política Monetária da Reserva Federal dos EUA (dia 11).
Na periferia da área do euro, os spreads de Portugal e Espanha mostraram um alargamento na última semana, ainda que a partir de mínimos para 2018. Em Itália registou-se uma redução face ao último comentário, num momento em que teve início o processo para encontrar uma solução de governo. Em comentários anteriores foi já mencionado o prémio de risco político que parece já ter sido incorporado. De qualquer forma, o fluxo de notícias ao longo das próximas semanas poderá criar volatilidade, tendo em conta os riscos relacionados com a possível influência de Lega e 5 Stellle na procura de uma solução de governo e consequentemente nas relações do novo governo com Bruxelas. O ambiente económico positivo permanece um importante suporte para os spreads da periferia, num contexto ainda de baixas taxas de juro na área do euro. Para já, uma mais forte subida da yield a 10 anos das obrigações da Alemanha poderá representar um risco, tendo em conta o aumento da correlação entre ambos. Uma referência também para a evolução favorável da Grécia, num momento em que a atenção começa a colocar-se no que poderá ser o pós-programa para o país, nomeadamente no que se refere à inclusão de medidas que contribuam para ajustar os encargos com o serviço de dívida.
Do calendário económico da próxima semana merece destaque a leitura de março do índice de preços no consumo nos EUA. O consenso espera uma taxa de variação homóloga de 2,0% para o índice depois de excluir alimentação e energia o que, a confirmar-se, representará a primeira vez em que este valor é atingido desde março de 2017, beneficiando dos esperados efeitos de base favoráveis. Esta evolução da inflação ocorre após um período de consolidação das expectativas do mercado para a inflação, se medidas pela taxa breakeven a 10 anos ou pelo inflation swap forward 5Y5Y.
Na área do euro, a leitura preliminar para o índice harmonizado de preços no consumo para março divulgado na quarta-feira relembrou o contexto de fracas pressões inflacionistas na região. Excluindo alimentação e energia a taxa de variação homóloga permaneceu inalterada em 1,0% pelo 3º mês consecutivo, sendo que as previsões do Staff do Banco Central Europeu divulgadas com a reunião de março apontaram para um valor de 1,1% em 2018.
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