20 dias depois de o panorama financeiro português ter mudado radicalmente chega a hora de perceber para onde caminha o índice português.
Caíram duas cotadas do PSI 20 e será interessante perceber quais serão os candidatos aos lugares em aberto.
Mais do que pensar em subidas de escalão é interessante ver potenciais novas entradas.
Assim, podemos identificar empresas de dois âmbitos. Se por um lado temos as empresas públicas privatizáveis, por outro temos empresas privadas com capital fechado.
Nas empresas em processo de privatização a TAP é o candidato mais provável. Com um volume de negócios superior a 2.000milhões de Euros, mas com resultados líquidos bastante voláteis, a empresa têm condições para se tornar uma estrela na bolsa portuguesa. Limpado o balanço dos negócios menos rentáveis, a empresa estará em condições de gerar lucros de forma recorrente e abrindo o segmento das empresas aéreas em Portugal.
Esta e outras entradas de empresas públicas em bolsa está sempre dependente do cenário político e dos interesses internos estabelecidos nas empresas.
Ainda na esfera pública empresas como a Estradas de Portugal poderiam ter desempenhos interessantes mas as questões políticas associadas parecem impossibilitar tal operação.
Na esfera das empresas de capital fechado identifico dois casos distintos mas com dimensões semelhantes.
O primeiro é o caso da Unicer que recentemente veio anunciar a sua intenção de duplicar de tamanho e chegar aos 1.000milhões de Euros de facturação. Este crescimento têm naturalmente de vir do mercado externo, sendo que o caminho mais rápido para isso será através da aquisição de empresas no exterior. Para isso será preciso dinheiro e a entrada em bolsa pode ser um caminho a pensar. Esta entrada fortaleceria a visibilidade do sector industrial com proporções que poderiam ser interessantes.
O outro caso que eu identifico prende-se com o grupo Trivalor. O Grupo tem um volume de negócios superior a 500 milhões e a empresa apresenta-se como líder em negócios que vão desde a restauração, limpezas industriais e a segurança. O grupo posiciona-se como um negócio multi-serviços, apresentando-se como um parceiro único no Outsourcing. O negócio é quase exclusivamente localizado em Portugal e o aumento da gama de serviços prestados poderá ser alavancado no mercado de capitais. Para além deste desenvolvimento interno, o mercado externo poderá ser um caminho de crescimento.
Nestas empresas de capital fechado a vontade dos acionistas é soberana e esse poderá ser o maior entrave as suas entradas.