Olá a todos! Respondendo de imediato a pergunta feita no título, gerir riscos não significa minimizá-los, muito pelo contrário, o objetivo da "Gestão de Risco é assumir a quantidade certa de risco, de uma determinada tipologia e nos momentos apropriados. Devemos olhar sempre para os dois lados da moeda, isto é, há um custo em correr riscos demais, e, por outro lado, existe um custo em correr muito pouco risco! No final de contas, o objetivo é assumir a quantidade certa de risco, nem mais, nem menos, necessária para gerir o nível certo de retorno esperado para uma determinada estratégia.
Acoplada a questão anterior do título que foi respondida no parágrafo anterior, irá surgir-nos a próxima questão: o risco de mercado é o foco principal de uma equipa de gestão de risco?
O "Risco" vêm em múltiplas formas. Um gestor de risco que se concentra apenas no risco de mercado ignora outras formas importantes de risco, na qual está incluído o risco da contraparte, o risco do modelo usado, o risco operacional e também o risco tecnológico. Daí que importante ter uma perspetiva ampla sobre todas as diferentes categorias de risco que uma determinada estratégia usada enfrenta. Isto inclui quantos e que tipos de riscos são apropriados, quais são os potenciais impactos destes riscos, pois, durante ambientes de elevada tensão, devemos saber que parâmetros estão em vigor para assim fazer uma gestão eficaz os riscos em níveis apropriados.
E para terminar: o risco pode ser medido?
Os "Riscos" de maneira geral podem ser estimados, mas não podem ser medidos! Por exemplo, se eu for um gestor de um fundo (com exposição global) e estiver preocupado com o impacto de uma liquidação de uma determinada matéria-prima (exemplo, gás natural), o impacto projetado na carteira depende inteiramente da relação entre o preço do gás natural e os ativos detidos pela carteira da qual eu faço a gestão! Este risco só pode ser estimado - por vezes a relação entre o gás natural e qualquer ativo pode ser forte e outras vezes pode não ser assim!
É obrigatório que um gestor veja o impacto potencial de tantos ângulos diferentes conforme aquilo que lhe for possível. Se estimar o risco com base num período em que a correlação entre o gás natural e as participações que detenho em carteira for baixa, posso assumir que o risco de uma movimentação no mercado do gás natural, é benigno. Por outro lado, se eu tivesse estimado este mesmo risco utilizando diferentes pressupostos, o resultado esperado de tal medida adotada poderia ser significativamente diferente. Daí que, ao traçarmos ao detalhe o perfil de risco de uma determinada estratégia que utilizemos, este deve basear-se numa série de estimativas para melhor compreender a amplitude de resultados potenciais.
Em suma, é importante lembrarmo-nos que, embora os eventos históricos possam fornecer uma orientação razoável para riscos potenciais, a monitorização das exposições a estes eventos pode ser um ponto na gestão de riscos, mas não devemos cingir-nos só a esse caminho! O objetivo deve ser posicionar melhor um portfólio para resistir não apenas a última intempérie que houve, mas também aquelas que ainda não vimos chegar!
Obrigado!