A semana voltou a ser de descida nas yields para a parte mais longa das curvas de Alemanha e EUA. Nos EUA, a aprovação da versão do Plano Fiscal por parte do Senado justificou a continuação da tendência de perda de inclinação na curva soberana.
O ambiente de "procura de yield" continuou a beneficiar também a periferia da área do euro, incluindo Portugal, num momento em que se aguarda pelos comentários da Fitch sobre o rating do país no dia 15 de dezembro. A expectativa continua a ser de uma revisão para investment grade, acompanhando a decisão da Standard & Poor's de setembro último. Uma referência para a evolução da obrigação da Grécia com maturidade em janeiro de 2028, beneficiando das notícias do acordo após mais uma revisão de acompanhamento ao abrigo do programa de assistência financeira ao país, o que reforça a ideia de melhoria na qualidade do crédito soberano na região.
O relatório de emprego de novembro nos EUA que hoje será divulgado estará naturalmente no centro das atenções. O consenso espera mais um mês de sólida criação de emprego, assim como uma aceleração na remuneração média por hora (para um valor mais próximo do máximo do atual ciclo económico, a confirmar-se o consenso).
A próxima semana apresenta-se bastante preenchida com as reuniões de dezembro do Comité de Política Monetária da Reserva Federal dos EUA (decisão na quarta-feira) e do Banco Central Europeu (decisão na quinta-feira), a divulgação da leitura preliminar de dezembro dos índices PMI da IHS Markit (quinta-feira), assim como a inflação no consumo (quarta-feira), vendas a retalho (quinta-feira) e produção industrial (sexta-feira), todos para os EUA e todos referentes ao mês de novembro.
O Comité de Política Monetária da Reserva Federal dos EUA deverá anunciar a amplamente esperada subida em 25 pontos de base na fed funds rate para 1,25%-1,50%. Mais interessantes deverão ser as novas projeções macro e expectativas para a evolução das taxas ("dots"). Na área do euro, teremos também novas projeções macro.
A atenção estará colocada nas perspetivas para a inflação, assim como na conferência de imprensa de Mario Draghi, depois de termos tido alguns comentários por parte de membros do Comité Executivo / Conselho de Governadores do Banco Central Europeu demonstrando desconforto com o facto de não ter sido indicada uma data para o final do programa APP.
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