EURUSD: Sem desenvolvimentos macroeconómicos materiais, EURUSD respeita limiar inferior do canal de lateralização
A passada semana, recheada de eventos pertencentes à esfera de política monetária, evidenciou ainda mais a discrepância não só de ciclo económico e monetário, como também, e principalmente, de discurso entre os principais banqueiros centrais do mundo. Ainda que tenha flexibilizado o intervalo de flutuação da yield de dívida soberano a 10 anos, Kuroda (BoJ) mostrou-se predominantemente dovish. Mark Carney (BoE) divulgou a amplamente esperada subida de taxa de juro para 0,75%, reiterando a necessidade de futuros aumentos serem bastante graduais e dependentes de desenvolvimentos macroeconómicos, nos quais o Brexit terá um impacto expressivo, mas ainda bastante incerto.
No outro lado do espectro, Powell anunciou a manutenção de taxa de juro, mas referiu que o próximo aumento para [2% – 2,25%] estaria para breve, reforçando a confiança na robustez da economia norte-americana, que cresceu a uma taxa anualizada de 4,1% no segundo trimestre. No que diz respeito a probabilidades, o mercado atribui mais de 90% para um terceiro aumento em Setembro e mais de 60% para um quarto aumento em Dezembro. Draghi havia falado na semana anterior, acrescentando apenas que o BCE ainda não tinha discutido o processo de reinvestimento do programa de compra de activos.
Referência técnica: A disparidade monetária cristalizada na passada semana, levou a cinco dias consecutivas de queda para o par. Tendo chegado a um suporte relevante neste momento de lateralização, com o estocástico lento a indicar sobrevenda, o EURUSD reagiu em forte alta. Preferimos posicionamentos altistas tendo em vista as resistências traçadas, mas recomendamos cautela perante a divulgação do CPI referente a Julho nos EUA, na sexta-feira.
Crude WTI: Entrada em vigor das sanções norte-americanas ao Irão poderá conferir impulso altista
Ainda que, a médio/longo prazo, a nossa visão para o crude oscile entre neutra a ligeiramente negativa, em virude da mudança de paradigma verificada aquando da deliberação de aumentar a produção por parte da OPEP e dos seus aliados, decretada na última reunião de Junho, acreditamos que a re-imposição de sanções ao Irão por parte dos EUA poderá conferir um estímulo altista ao crude.
Em 2018, Trump retirou os EUA do acordo histórico para desnuclearização do Irão, alcançado em 2015, e ameaçou várias vezes voltar a impor as sanções anteriormente existentes. Tal concretizou-se hoje, terça-feira, com a entrada em vigor das primeiras medidas que visam a proibição de aquisição de USD por parte do regime de Teerão, a limitação de transacções que envolvam a divisa persa (rial) e a criação de entraves à emissão de dívida iraniana. Para além das referidas sanções, é expectável que os EUA promovam um embargo internacional às exportações iranianas, nomeadamente as de crude. O Irão, segundo maior produtor de crude dentro da OPEP, controla também o estreito de Hormuz, por onde passa cerca de um terço de todo o petróleo que circula por mar, pelo que estas medidas poderão ser materialmente disruptivas para a oferta desta matéria-prima.
Referência técnica: Após ter quebrado a resistência conferida pelos 50% de Fibonacci da retracção traçada, o crude prepara-se agora para testar a região sombreada. Simultaneamente, está perto do vértice de um importante triângulo a curto prazo. Atribuímos maior probabilidade a uma quebra em alta e subsequente procura pelas resistências horizontais superiores identificadas no gráfico.
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