Os dados mais relevantes no calendário económico da próxima semana encontram-se na área do euro, com a divulgação de vários indicadores de sentimento para a região referentes a fevereiro, incluindo o índice Ifo na Alemanha e a leitura preliminar para os índices PMI da IHS Markit. De relembrar que o PMI composto para a área do euro atingiu, em janeiro, um máximo de quase 12 anos, compatível com uma nova aceleração no ritmo de expansão na economia da região. O Eurostat deverá, também, divulgar a leitura final de janeiro para o índice harmonizado de preços no consumo, o que relembrará que permanecemos bem afastados da meta do Banco Central Europeu. A esse propósito, as novas previsões para a evolução da inflação que serão divulgadas com a reunião de 8 de março do Banco Central Europeu irão gradualmente colocar-se no centro das atenções à medida que nos aproximarmos do final do mês.
No mercado de dívida soberana na área do euro, os spreads da periferia continuam a apresentar uma evolução favorável. A recuperação observada nos principais índices de ações e a manutenção de um ambiente macro positivo permanecem importantes fatores de suporte. Aliás, a última semana mostrou o regresso ao mercado por parte de Itália, Espanha e Portugal, com a oferta a ser absorvida sem grandes consequências em termos de preços. A reabertura da emissão out. 2028 por parte do IGCP voltou a mostrar procura aos atuais níveis de yields. Ainda em Portugal, a estimativa rápida do INE apontou para uma taxa de variação em cadeia do PIB de 0,7% no 4º trimestre de 2017, acima do esperado pelo consenso e do ritmo de crescimento da área do euro no mesmo período. A votação pelos membros do SPD relativamente ao acordo de coligação de governo com a CDU/CSU na Alemanha e as eleições legislativas em Itália (ambos no dia 4 de março) são dois eventos de risco que poderão ter importância para a dívida soberana da periferia nas próximas semanas...
A última semana confirmou o ambiente de subida de yields nos EUA, com a leitura de janeiro do índice de preços no consumo a suportar o aumento das expectativas de inflação. As vendas a retalho e a produção industrial para o mesmo mês situaram-se abaixo do consenso e mostraram riscos de o crescimento no 1º trimestre de 2018 poder desapontar, mas acabaram aparentemente por não ter impacto. De referir que os últimos dias mostraram o regresso à tendência de flattening entre os 5 e os 30 anos da curva dos Treasuries, movimento que poderá continuar tendo em conta as atuais expectativas para a taxa de juro de equilíbrio por parte da Reserva Federal dos EUA e a fase mais avançada do ciclo económico no país...
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