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Declaração Introdutória à Conferência de Imprensa

Por Banco Central Europeu25.10.2019 13:40
 

Mario Draghi, Presidente do BCE,

Luis de Guindos, Vice-Presidente do BCE,

Frankfurt am Main, 24 de outubro de 2019

Minhas Senhoras e meus Senhores,

É com muito prazer que o Vice-Presidente e eu lhes damos as boas-vindas a esta conferência de imprensa, em que informaremos sobre os resultados da reunião de hoje do Conselho do BCE, na qual participou também o Vice-Presidente da Comissão Europeia, Valdis Dombrovskis, e a futura Presidente do BCE, Christine Lagarde.

Com base nas nossas análises económica e monetária regulares, decidimos não alterar as taxas de juro diretoras do BCE. Esperamos que estas permaneçam nos níveis atuais ou em níveis inferiores até observarmos que as perspetivas de inflação estão a convergir de forma robusta no sentido de um nível suficientemente próximo, mas abaixo, de 2% no nosso horizonte de projeção e que essa convergência se tenha refletido consistentemente na dinâmica da inflação subjacente.

Conforme decidido na última reunião em setembro, reiniciaremos as aquisições líquidas ao abrigo do programa de compra de ativos (asset purchase programme – APP) a um ritmo mensal de 20 mil milhões de euros a partir de 1 de novembro. Esperamos que estas decorram enquanto for necessário para reforçar o impacto acomodatício das taxas diretoras e que cessem pouco antes de começarmos a aumentar as taxas de juro diretoras do BCE.

Pretendemos também continuar a reinvestir, na totalidade, os pagamentos de capital dos títulos vincendos adquiridos no âmbito do APP durante um período prolongado após a data em que comecemos a aumentar as taxas de juro diretoras do BCE e, em qualquer caso, enquanto for necessário para manter condições de liquidez favoráveis e um nível amplo de acomodação monetária.

O Conselho do BCE reiterou a necessidade de uma orientação fortemente acomodatícia da política monetária durante um período prolongado, com vista a apoiar as pressões sobre a inflação subjacente e a evolução da inflação global no médio prazo. Em particular, as indicações do Conselho do BCE sobre a orientação futura da política monetária assegurarão um ajustamento das condições financeiras em consonância com a variação das perspetivas de inflação. Em todo o caso, o Conselho do BCE continua a estar preparado para ajustar todos os seus instrumentos, consoante apropriado, a fim de assegurar que a inflação evolui de forma sustentada no sentido do seu objetivo, em conformidade com o seu compromisso de simetria.

A informação que passou a estar disponível desde a última reunião do Conselho do BCE em inícios de setembro confirma a avaliação anterior de uma fraqueza prolongada da dinâmica de crescimento da área do euro, da persistência de riscos proeminentes em sentido descendente e de pressões inflacionistas fracas. Paralelamente, a prossecução do crescimento do emprego e a subida dos salários continuam a reforçar a resiliência da economia da área do euro. O pacote abrangente de medidas de política monetária decidido na nossa última reunião proporciona um estímulo monetário substancial, que contribuirá para uma nova redução da restritividade das condições de contração de empréstimos para as empresas e as famílias. Tal apoiará a expansão da área do euro, a intensificação em curso das pressões internas sobre os preços e, desse modo, a convergência sustentada da inflação no sentido do nosso objetivo no médio prazo.

Explicarei agora a nossa avaliação mais em pormenor, começando pela análise económica. Confirmou‑se que o crescimento do produto interno bruto (PIB) real da área do euro se situou em 0,2%, em termos trimestrais em cadeia, no segundo trimestre de 2019, após uma subida de 0,4% no trimestre precedente. Os dados económicos e a informação baseada em inquéritos que têm vindo a ser disponibilizados continuam a apontar para um crescimento moderado, mas positivo, no segundo semestre do ano. Este abrandamento do crescimento reflete sobretudo a continuação da debilidade do comércio internacional face às persistentes incertezas a nível mundial, a qual continua a pesar sobre o setor da indústria transformadora da área do euro e a enfraquecer o crescimento do investimento.

Ao mesmo tempo, os setores dos serviços e da construção permanecem resilientes, não obstante alguma moderação. A expansão da área do euro é apoiada por condições de financiamento favoráveis, por novo aumento do emprego a par de uma subida dos salários, pela orientação orçamental ligeiramente expansionista na área do euro e pelo atual crescimento – ainda que um pouco mais lento – da atividade mundial.

Os riscos em torno das perspetivas de crescimento da área do euro permanecem do lado descendente. Mais especificamente, esses riscos prendem-se com a presença prolongada de incertezas relacionadas com fatores geopolíticos, com o crescente protecionismo e com vulnerabilidades nos mercados emergentes.

A inflação homóloga medida pelo Índice Harmonizado de Preços no Consumidor (IHPC) na área do euro diminuiu de 1,0% em agosto de 2019 para 0,8% em setembro, refletindo a inflação mais baixa dos preços dos produtos alimentares e dos produtos energéticos. Com base nos atuais preços dos futuros do petróleo, é provável que a inflação global desça um pouco mais, antes de começar novamente a subir no final do ano. As medidas da inflação subjacente permaneceram, em geral, fracas e os indicadores das expectativas de inflação situam-se em níveis baixos. Embora as pressões dos custos do trabalho se tenham intensificado, em virtude da maior restritividade dos mercados de trabalho, o dinamismo mais fraco do crescimento está a atrasar a sua transmissão à inflação. No médio prazo, a inflação deverá subir, apoiada pelas nossas medidas de política monetária, pela continuação da expansão económica e pelo crescimento robusto dos salários.

No que se refere à análise monetária, o crescimento do agregado monetário largo (M3) aumentou para 5,7% em agosto de 2019, o que compara com 5,1% em julho. As taxas sustentadas de crescimento deste agregado refletem a atual criação de crédito bancário destinado ao setor privado e os baixos custos de oportunidade da detenção de M3. O agregado monetário estreito M1 permanece o principal fator a contribuir para o crescimento do agregado monetário largo, do lado das componentes.

O crescimento dos empréstimos às empresas e às famílias manteve-se sólido, beneficiando da continuação da transmissão da orientação acomodatícia da política monetária às taxas ativas bancárias. A taxa de crescimento homóloga dos empréstimos às sociedades não financeiras subiu para 4,3% em agosto, face a 4,0% em julho de 2019, ao passo que a taxa de crescimento homóloga dos empréstimos às famílias se manteve inalterada em 3,4% em agosto. O inquérito aos bancos sobre o mercado de crédito da área do euro relativo ao terceiro trimestre de 2019 aponta para uma ligeira redução da restritividade dos critérios de concessão de crédito e para um aumento da procura de empréstimos às famílias, enquanto a procura de empréstimos às empresas permaneceu globalmente estável. A orientação acomodatícia da nossa política monetária ajudará a salvaguardar condições de crédito bancário favoráveis e continuará a apoiar o acesso a financiamento, em particular por parte de pequenas e médias empresas.

Resumindo, o cruzamento dos resultados da análise económica com os sinais fornecidos pela análise monetária confirmou que ainda é necessário um nível amplo de acomodação monetária para a prossecução da convergência sustentada da inflação no sentido de níveis abaixo, mas próximo, de 2% no médio prazo.

A fim de colher todos os benefícios das medidas de política monetária, outros domínios de política têm de contribuir de forma mais decisiva para o aumento do potencial de crescimento a mais longo prazo, o reforço da procura agregada na presente conjuntura e a redução das vulnerabilidades. A implementação de políticas estruturais nos países da área do euro tem de ser substancialmente intensificada, com vista a impulsionar a produtividade e o potencial de crescimento da área do euro, reduzir o desemprego estrutural e aumentar a resiliência. As recomendações específicas por país de 2019 devem constituir a referência relevante.

No que respeita a políticas orçamentais, a orientação orçamental um pouco expansionista na área do euro está atualmente a proporcionar algum apoio à atividade económica. Perante o enfraquecimento das perspetivas económicas e a continuação da proeminência dos riscos em sentido descendente, os governos que dispõem de margem de manobra orçamental devem atuar de forma eficaz e atempada. Nos países onde a dívida pública é elevada, os governos precisam de seguir políticas prudentes e cumprir os objetivos para os saldos estruturais, criando as condições para os estabilizadores automáticos funcionarem livremente. Todos os países devem intensificar os esforços no sentido de finanças públicas com uma composição mais favorável ao crescimento.

De igual modo, a aplicação transparente e coerente do quadro de governação económica e orçamental da União Europeia, ao longo do tempo e nos vários países, permanece essencial para reforçar a resiliência da economia da área do euro. A melhoria do funcionamento da União Económica e Monetária mantém-se uma prioridade. O Conselho do BCE acolhe favoravelmente o trabalho em curso e apela a que continuem a ser dados passos concretos e decisivos no sentido da conclusão da união bancária e da união dos mercados de capitais.

Estamos agora à disposição para responder a perguntas.

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