Por Claudia Violante
SÃO PAULO, 20 Set (Reuters) - O dólar anulou praticamente toda a queda ante o real nesta quarta-feira, após o Federal Reserve sinalizar no comunicado de seu encontro de política monetária que ainda espera uma nova alta de juros nos Estados Unidos este ano, a terceira se confirmada.
Às 15:41, o dólar BRBY avançava 0,03 por cento, a 3,1369 reais na venda, saindo da mínima de 3,1141 reais pouco antes do resultado do encontro do Fed para perto da máxima de 3,1367 reais. O dólar futuro DOLc1 tinha baixa de cerca de 0,15 por cento.
"O mercado estava vendo o Fed mais cauteloso e ele diluiu o gradualismo", justificou o operador da corretora H.Commcor Cleber Alessie Machado.
O banco central dos Estados Unidos manteve a taxa de juros inalterada entre 1,00 por cento e 1,25 por cento, mas 11 dos 16 membros veem que o nível apropriado seria 0,25 ponto acima até o final do ano, entre 1,25 por cento e 1,50 por cento.
A autoridade monetária também confirmou que começará no mês que vem a reduzir seu balanço patrimonial, como esperado, cortando inicialmente até 10 bilhões de dólares a cada mês do volume de títulos a vencer que reinveste. O balanço soma atualmente 4,2 trilhões de dólares. mais elevados tendem a atrair aos Estados Unidos recursos hoje aplicados em outras praças, como a brasileira.
No exterior, o dólar virou para o positivo ante uma cesta de moedas .DXY após a sinalização de nova alta de juros do Fed e também passou a ganhar força ante divisas emergentes, subindo ante o peso mexicano MXN= e a lira turca TRY= .
Internamente, os investidores também estavam de olho no Supremo Tribunal Federal (STF), que decide nesta quarta-feira a possibilidade de "travar" a denúncia feita pelo ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot contra o presidente Michel Temer. BC vendeu integralmente a oferta de até 12 mil contratos de swap cambial tradicional --equivalentes à venda futura de dólares-- no leilão para rolagem do vencimento de outubro. Desta forma, até agora já foram rolados 2,4 bilhões de dólares do total de 9,975 bilhões de dólares que vencem no mês que vem. (Por Claudia Violante; Edição de Maria Pia Palermo e Luiz Guilherme Gerbelli)