Investing.com - O veredicto da reunião da Reserva Federal dos Estados Unidos sobre os estímulos à maior economia do mundo é conhecido esta quarta-feira, já após o encerramento dos mercados europeus, mas à espera de uma redução branda no ritmo mensal de compra de ativos, o comportamento dos investidores refletiu-se com ganhos generalizados no velho continente. Se até agora a retirada de estímulos era encarada com receio, nesta fase esse processo é visto também como um sinal de recuperação da economia.
Neste sentido, a bolsa de Lisboa acompanhou o desempenho externo da maioria das congéneres e por cá o PSI20 avançou 0,6% para os 5.971,18 pontos, com 14 cotadas em alta, quatro em baixa e duas inalteradas.
Os juros mais altos exigidos a Portugal no leilão de bilhetes do Tesouro a três e a 18 meses, esta quarta-feira, não contaminaram negativamente o otimismo dominante no mercado nacional.
A Altri liderou os ganhos, com as ações a somarem 3,49% para os 1,955 euros, em reação à subida dos preços da pasta no mercado internacional.
A Sonaecom destacou-se no setor das telecomunicações, ao avançar 3,18% para 2,011 euros. Os títulos da Portugal Telecom apreciaram 0,31% para 3,23 euros enquanto os da Zon Optimus recuaram 0,6% para 4,14 euros por ação.
A tendência mista também se instalou no setor da banca, mais exposto ao risco da República. O BPI destacou-se com um ganho de 2,19% para 0,933 euros, acompanhado pelo BCP e BES com valorizações de 1,04% e 0,74% para 0,097 euros e 0,812 euros respetivamente. O ESFG marcou a diferença ao regredir 0,5% para 5,22 euros. O BANIF manteve-se estável nos 0,011 euros.
No setor energético a EDP Renováveis regrediu 0,48% para os 3,937 euros, enquanto as ações da casa mãe se mantiveram inalteradas nos 2,71 euros. Só a Galp puxou pelos ganhos, com um avanço de 0,93% para 12,48 euros.
O peso pesado Jerónimo Martins também impulsionou o mercado nacional e foi acompanhado pela Mota-Engil. Os títulos da primeira cotada apreciaram 0,89% para 15,245 euros e os da segunda 0,39% para 2,801 euros.
Lá fora, o índice Eurostoxx 50 consolidou os ganhos terminando a jornada com uma alta de 0,62% para os 2.908,92 pontos. O IBEX madrileno avançou 0,78% e o CAC francês 0,60%.
O MIB italiano valorizou 0,30%, numa altura em que o Senado italiano vota sobre uma possível saída do antigo primeiro-ministro Silvio Berlusconi, condenado recentemente por fraude fiscal. O tempo o dirá, mas uma possível expulsão poderá ter consequências para o frágil Governo de coligação liderado por Enrico Letta.
O DAX alemão também fechou com uma alta de 0,45%. Hoje, o Instituto Alemão para a Investigação Económica (DIW) manteve em 0,4% a previsão de crescimento para o país em 2013 e reviu em baixa de uma décima, para 1,7%, a taxa de crescimento no próximo ano. Em relação aos países da União Europeia, o instituto admite que o Produto Interno Bruto (PIB) vai contrair 0,3% este ano, mas deverá crescer 1% em 2014. O FTSE londrino fechou com sinal vermelho, a ceder 0,17%.
Do lado de lá do Atlântico, à espera da decisão da FED, o índice industrial Dow Jones escorregava 0,27% e o tecnológico Nasdaq 0,02%. O S&P500 caía 0,17%.
Esta quarta-feira, ao final e uma reunião de dois dias, a Reserva Federal norte-americana publica um relatório com as previsões para o crescimento económico, inflação e desemprego. Estes dados deverão suportar a decisão quanto ao programa de estímulos.