TÓQUIO, 11 Nov (Reuters) - O encontro na próxima semana entre o presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, com o primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, pode marcar o início de diálogos para obter apoio do Japão contra a crescente influência da China na Ásia, disse um assessor de segurança de Trump.
Comentários da campanha de Trump, incluindo uma exigência para que o Japão pague mais para manter forças dos EUA no seu território, geraram preocupações em Tóquio de que haveria problemas na aliança de segurança com Washington, base da sua defesa desde a Segunda Guerra Mundial, perante uma China crescente e uma volátil Coreia do Norte.
Uma postura mais forte contra a China, no entanto, e um pedido para que o Japão tenha um papel de segurança maior por meio de um eixo Trump-Abe, iria de encontro às políticas mais agressivas de Abe, que incluem a permissão para que o Exército opere com maior liberdade no exterior.
Abe vai encontrar-se com Trump em Nova York na próxima quinta-feira, antes de seguir para a Cimeira de Cooperação Económica Ásia-Pacífico, no Peru.
Trump quer que o Japão "tenha um papel mais ativo na Ásia", disse à Reuters o seu assessor, que se negou a ser identificado porque não tinha autorização para falar com os media.
Abe, segundo o assessor, é "uma pessoa numa posição única para oferecer liderança na aliança".
(Reportagem de Tim Kelly; Traduzido para português por Sérgio Gonçalves)