LISBOA, 13 Nov (Reuters) - Os casos confirmados de coronavírus em Portugal ultrapassaram a marca dos 200.000 na sexta-feira, com o número de novas infecções diárias a atingir um recorde, colocando pressão crescente sobre um sistema de saúde já frágil.
O estado de emergência nacional, para combater a propagação do vírus, entrou em vigor na segunda-feira e deverá durar até 23 de Novembro, mas é provável que seja prolongado.
"Quando atingirmos o pico da doença, levará semanas a ver uma queda na procura de hospitais e ainda mais semanas a reduzir a letalidade", disse a Ministra da Saúde Marta Temido numa conferência de imprensa.
O país de pouco mais de 10 milhões de pessoas registou um número comparativamente baixo de 204.664 casos e 3.250 mortes, mas as infecções atingiram 6.653 casos, o número diário mais alto desde que a pandemia começou. Os testes também aumentaram.
A maioria dos casos concentrou-se na região norte.
Um novo recorde de 2.799 pacientes COVID-19 está agora no hospital, com 388 em unidades de cuidados intensivos (UCI) - mais do que o pico da primeira vaga de 271 em Abril.
O sistema de saúde, que antes da pandemia tinha o menor número de camas de cuidados críticos por 100.000 habitantes na Europa, pode acomodar 800 pacientes COVID-19 em UCIs.
Embora o número de casos esteja a aumentar rapidamente, Temido disse que a taxa de transmissão do vírus - dita "R" - era de 1,11, em comparação com 1,26 no mês passado.
Como parte das medidas de emergência, os residentes em quase 200 dos 308 municípios de Portugal devem permanecer em casa entre as 23h00 e as 5h00 todas as noites e durante os dois fins-de-semana seguintes está em vigor um bloqueio das 13h00 às 5h00.
"A situação é grave e mais crítica do que a que vivemos na primeira vaga da pandemia", disse o Primeiro-Ministro António Costa na noite de quinta-feira. "A regra é simples: Temos de ficar em casa".
Texto integral em inglês: Catarina Demony; Reportagem adicional de Patricia Vicente Rua; Traduzido para português por Patrícia Vicente Rua)