(Texto atualizado com mais informações)
Por Luana Maria Benedito
SÃO PAULO, 13 Abr (Reuters) - O dólar era negociado em alta de cerca de 1% contra o real nesta segunda-feira, acompanhando o desempenho ante outras moedas arriscadas em meio a preocupações sobre a oferta de petróleo e outros impactos da pandemia de coronavírus.
A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), a Rússia e outros países produtores de petróleo concordaram no domingo com um corte na produção em volume recorde, representando 10% da oferta global, para sustentar os preços da commodity em meio à pandemia do coronavírus. entanto, a medida não conseguiu compensar preocupações mais amplas sobre a queda da demanda global pela commodity, consequência da crise de saúde, o que contaminava o apetite por risco nos mercados internacionais de câmbio.
"Apesar de sua magnitude histórica, ainda restam muitas dúvidas sobre se o acordo será suficiente para se evitar uma situação de aumento exacerbado dos estoques de petróleo no mundo em vista da queda de demanda global (...) como fruto da pandemia do Covid-19, que efetivamente paralisou o transporte aéreo e boa parte do terrestre no mundo", explicou em nota a XP Investimentos. "A deterioração de condições econômicas também é fonte de preocupações."
Divisas emergentes pares do real, como peso mexicano MXN= , rand sul-africano ZAR= e lira turca TRY= registravam amplas perdas contra o dólar, em mais um dia de busca por segurança generalizada.
Acompanhando o sentimento no exterior, ás 9:59, o dólar BRBY avançava 1,09%, a 5,1463 reais na venda. Na B3, o dólar futuro DOLc1 tinha ganho de 0,65%, a 5,1515 reais.
Na máxima do dia, o dólar bateu 5,1470 reais.
Apesar de ter fechado a última semana em queda de mais de 4%, o dólar acumula ganhos de quase 30% contra o real em 2020. Somando-se ao baixo investimento estrangeiro e ao cenário de juros baixos, a crise do coronavírus tem sido fator de peso para o rali da moeda norte-americana.
Em nota, a Infinity Asset disse que, "ainda que exista enorme indefinição do cenário no curto prazo, a perspectiva de recessão profunda em nível global é a única coisa certa, pois ainda não existe uma ideia concreta de quando os eventos de restrição de trânsito humano devem terminar".
"Com isso, a cada adiamento, aprofundam-se as apostas de perdas em geral."
No domingo, o Banco Mundial projetou uma queda de 5% no Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil para este ano. Banco Central ofertará neste pregão até 10 mil contratos de swap cambial tradicional para rolagem, com vencimento em outubro de 2020 e janeiro de 2021. (Edição de Camila Moreira)