LISBOA, 9 Nov (Reuters) - Portugal acordou esta segunda-feira em estado de emergência, com alguns a acolherem as novas restrições para conter o coronavírus e outros a culparem o Governo por responder tarde demais com medidas que consideraram confusas ou inadequadas.
Estão em vigor recolheres obrigatórios nocturnos, embora as pessoas também não possam sair de casa entre as 13h00 e as 05h00 nos próximos dois fins-de-semana em 121 concelhos, incluíndo Lisboa e Porto. O estado de emergência pode ser prolongado indefinidamente por períodos de 15 dias.
No bairro de Campo de Ourique, em Lisboa, a dona do restaurante Maria Tomas, 62, disse que a medida do fim-de-semana afectaria duramente os negócios, mas ela não vê alternativa, já que o número de casos diários continua a aumentar.
"Vai ser difícil porque já passámos meses em casa", disse ela. "Mas o que podemos fazer? Se as novas regras ajudarem a salvar algumas vidas, acho que isso é positivo."
No centro do Porto, várias dezenas de trabalhadores de restaurantes protestaram contra as medidas que afirmam estarem a matar o sector.
Os restaurantes devem fechar às 22h30 durante a semana e, nos próximos dois fins-de-semana, eles só poderão fornecer serviços para fora depois das 13h.
"Estas medidas foram muito mal feitas porque deviam ter sido implementadas há muito tempo", disse Carlos Alves, 69, enquanto caminhava por uma rua de Lisboa mais vazia do que o habitual. "Eu não tenho esperança nenhuma."
Texto integral em inglês: (Reportagem de Catarina Demony e Miguel Pereira, Traduzido para português por João Manuel Maurício, Gdansk Newsroom; Editado por Patrícia Vicente Rua em Lisboa)