Por Sergio Goncalves e Catarina Demony
LISBOA, 7 Mai (Reuters) - O lucro da EDP-Energias de Portugal EDP.LS teve um disparo de 45% nos três meses de 2020, beneficiando de uma produção hídrica na Ibéria muito superior à do seco período homólogo e por ainda só ter sentido um impacto reduzido do surto de coronavírus.
No primeiro trimestre deste ano, o lucro fixou em 146 milhões de euros (ME), segundo a EDP.
O maior grupo industrial de Portugal, que controla a EDP Renováveis EDPR.LS e a EDP Brasil ENBR3.SA , anunciou que a margem bruta consolidada teve uma subida homóloga de 8% para 1.475 ME entre Janeiro e Março de 2020.
O EBITDA-Earnings before Interests, Taxes, Depreciation and Amortization consolidado da EDP, cujo maior accionista é a China Three Gorges com 21,5%, cresceu 6% para 980 ME.
"Este primeiro trimestre teve um impacto reduzido do período de confinamento associado à pandemia Covid-19, que teve início nos nossos principais mercados em meados de Março", disse em comunicado.
Adiantou que a comparação homóloga beneficiou do facto de, no primeiro trimestre de 2019, a produção hídrica em Portugal ter caído 48% face à média histórica.
"A recuperação dos recursos hídricos na Península Ibérica contribuiu para o incremento de 87% na produção no primeiro trimestre de 2020 (mesmo assim, 9% abaixo da média histórica em Portugal), representando um aumento de 65 ME no EBITDA".
No primeiro trimestre de 2020, o lucro líquido da EDP Renováveis subiu uns meros 2% para os 62 ME, na sequência das receitas terem caído 7% para 487 ME devido à menor capacidade e menos recursos eólicos.
A EDP Brasil ENBR3.SA viu o lucro líquido recuar 8,3% para 271 milhões de reais (MR) entre Janeiro e Março dado que teve uma menor geração hídrica. que o resultado trimestral da EDP foi penalizado pelo impacto negativo não-recorrente da recompra da obrigação híbrida executada no período ou menos 45 ME.
Explicou que, excluindo este efeito e a contribuição extraordinária sobre o sector energético em Portugal (-61 ME), o resultado líquido recorrente apresenta um crescimento de 51% para 252 ME".
A dívida líquida foi reduzida 8% para 12,7 mil ME, "o valor absoluto mais baixo dos últimos 13 anos".
O rácio de endividamento Dívida Líquida Ajustada/EBITDA melhorou de 3,6x a Dezembro de 2019 para 3,4x.
(Por Sérgio Gonçalves; Editado Catarina Demony)