(Acrescenta citações CEO da EDP (SA:ENBR3))
Por Sergio Goncalves
LISBOA, 16 Abr (Reuters) - A EDP-Energias de Portugal EDP.LS , maior grupo industrial português com forte presença internacional, mantém a meta de um 'capex' de 9.000 milhões de euros (ME) até 2022 apesar da crise económica mundial gerada pelo surto de coronavírus, disse o Chief Executive Officer António Mexia.
O CEO disse que vai investir 3.500 ME nos próximos três anos com a "viabilização de 6.000 postos de trabalho" em Portugal, que o Fundo Monetário Internacional (FMI) projecta tenha a mais profunda recessão em quase um século com o PIB a cair 8% em 2020 contra o crescimento de 2,2% em 2019. balanço melhorou muito, a situação está robusta e o plano ...(de capex) é para se manter... esses 9.000 ME (até 2022)", disse António Mexia, reiterando o "foco nas renováveis, mas também o equilíbrio entre investimento, desalavancagem - reduçao de dívida - e libertação de caixa".
"A EDP assume um papel decisivo naquilo que acreditamos que será o re-arranque da economia (pós-coronavírus)", afirmou.
Adiantou que "a EDP tem, neste momento, 6.700 ME de liquidez", após a emissão de green bonds há menos de 10 dias e uma procura oito vezes superior à oferta, com o mercado a reconhecer "a disciplina financeira, a disciplina de balanço e de capacidade de execução".
"A EDP antecipou liquidez, antecipou a cobertura de posições no mercado de energia pois este sector foi afectado pelo coronavírus, mas também pela descida muito significativa dos preços de petróleo", disse o CEO.
António Mexia disse que a 'utility' portuguesa não prevê cortar a sua política de dividendos, reiterando a política de um 'payout' entre 75% e 85% dos lucros com um 'floor' de 0,19 euros por cada acção.
Relativamente a 2019, a EDP pagou 0,19 euros por acção de dividendo, ou seja um 'payout' de 81%.
Explicou que, "como o plano da EDP está a ser cumprido de forma rigorosa, faz sentido manter" a estabilidade da política de pagamento de dividendos, que "são sustentados exclusivamente pela actividade internacional".
"Em função dos dados que temos para 2020 e as perspectivas que temos para 2021 prevemos estabilidade (da política de dividendos)", concluiu.
(Por Sérgio Gonçalves; Editado por Catarina Demony)