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LISBOA, 18 Jan (Reuters) - O número de mortes diárias em Portugal devido ao novo coronavírus atingiu um recorde de 167 na segunda-feira, elevando o total para 9.028 mortes desde o início da pandemia, disse a autoridade sanitária DGS.
O país de 10 milhões de pessoas, que desde a semana passada tem estado sob confinamento para conter a propagação do vírus, também comunicou um recorde de 664 doentes com coronavírus nos cuidados intensivos, pouco abaixo da atribuição máxima de 672 camas de UCI de um total de pouco mais de 1.000 em Portugal, de acordo com as autoridades sanitárias.
Perante preocupações sobre o baixo cumprimento das regras de confinamento, os hospitais portugueses estão a tentar lidar com o contágio crescente, sendo Portugal agora o país com a maior média móvel de novos casos nos últimos sete dias por milhão de habitantes, de acordo com o website ourworldindata.org.
A DGS acrescentou 6.702 novos casos na segunda-feira, elevando a contagem acumulada de infecções para 556.503.
"O impacto é enorme porque o número de camas não aumenta, as paredes não são expansíveis e os trabalhadores da saúde não se multiplicam", disse à Reuters, Antonio Pais de Lacerda, médico do maior hospital de Lisboa, Santa Maria, onde a maioria das camas da UCI são ocupadas por doentes com coronavírus.
Portugal, que surgiu da primeira vaga da pandemia com menos infecções e mortes que a maioria dos países europeus, já quase duplicou o número total de camas de UCI desde o início da pandemia, quando tinha apenas 528 camas de cuidados intensivos e o rácio mais baixo da Europa por 100.000 habitantes.
As ruas de Lisboa estavam mais movimentadas do que o esperado na segunda-feira de manhã, com as autoridades a prepararem novas restrições após avisos de que as pessoas não estavam a cumprir as medidas, tais como a regra obrigatória de trabalhar a partir de casa.
"Vê-se muita gente a não seguir (as regras) durante este novo encerramento", disse Anabela Ribeiro, 55 anos, ao sair de uma estação de comboios movimentada no coração da capital. "São necessárias medidas mais rigorosas".
Texto integral em inglês: (Por Catarina Demony, Miguel Pereira e Patricia Vicente Rua, Traduzido para português por Patrícia Vicente Rua)