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Por Sergio Goncalves e Catarina Demony
LISBOA, 12 Mai (Reuters) - Portugal já deu garantias estatais superiores a 5.000 milhões de euros (ME) a linhas de crédito para apoiar as empresas afectadas pelo surto de coronavírus, disse o primeiro ministro, António Costa.
"Até hoje, nas linhas de crédito, já aprovámos garantias num valor superior a 5.000 ME de euros e começamos a aproximar-nos do limite máximo (disponível inicialmente)", disse em conferência de imprensa.
O pacote inicial de empréstimos garantidos pelo Estado ascendia a 6.200 ME, com garantias públicas até 90%.
Portugal, que esteve em 'lockdown' desde 18 Março até 2 de Maio, está a abrir a economia sector a sector, mas o surto de coronavírus está a ter um efeito económico desvastador.
O FMI projecta que Portugal tenha a mais profunda recessão em quase um século com o PIB a cair 8% em 2020, enquanto a Comissão Europeia vê uma contração de 6,8%, ainda assim inferior à queda de 7,7% na zona euro.
Segundo um inquérito do Instituto Nacional de Estatística (INE) no início de Maio, 27% das empresas referiu ter uma redução do volume de negócios, que está a penalizar 98% das empresas da área de alojamento e restauração e 71% da construção e actividades imobiliárias.
"Foi muito fácil fechar (a economia) e é muito difícil agora reabrir... Neste tempo de incerteza, temos de seguir em frente com a nossa vida, com o conjunto das nossas actividades (económicas)", disse António Costa.
A Comissão Europeia já deu luz verde a Portugal para aumentar o pacote de garantias estatais a linhas de crédito até 13.000 ME, se e quando for necessário.
Até agora, Portugal registou 27.679 de casos confirmados de coronavírus e 1.144 mortes, um número relativamente baixo, especialmente em comparação com a vizinha Espanha.
António Costa referiu que "esta crise do Covid deixou feridas profundas na nosso tecido empresarial e no emprego", após, entre 18 de Março e finais de Abril, 91.500 pessoas se terem inscrito nos centros de emprego.
"A retoma económica e a recuperação do emprego é a nossa prioridade. Esta retoma requer mais investimento, mais capital nas empresas, mais investimento público", afirmou.
"Precisamos que a Europa ajude o conjunto das economias europeias a conseguir retomar", concluiu. (Por Sérgio Gonçalves e Catarina Demony)