LISBOA, 9 Jun (Reuters) - A forte contração de 6,9% da economia portuguesa em 2020 devido à pandemia do coronavírus vai disparar o défice público para 6,3% do Produto Interno Bruto (PIB), depois de em 2019 Portugal ter tido o primeiro excedente orçamental em 45 anos, disse o secretário de Estado do Orçamento, João Leão.
Neste orçamento suplementar, aprovado hoje pelo Governo e que vai ser votado na generalidade no Parlamento a 17 de Junho, a dívida pública é vista a subir para 134,4% do PIB este ano contra 117,7% reportados o ano passado.
Este orçamento inclui as novas despesas para apoiar as empresas e as famílias para fazerem face à crise do coronavírus e a queda de receitas em 2020.
"Esta é uma crise muito, muito severa, mas também temporária. Este vai ser obviamente um ano difícil não só para a economia mas também para as financas públicas", disse Mário Centeno, que está demissionário dos cargos de ministro das Finanças e de presidente do Eurogrupo.
João Leão, secretário de Estado do Orçamento e ministro das Finanças indigitado para substituir Centeno referiu que a recessão provocará "uma queda de 5% ou menos 4.400 ME de receita e prevê-se um aumento da despesa de cerca de 4.300 ME do que estava previsto no Orçamento de Estado de 2020", daí o défice orcamental subir para 6,3% do PIB.
(Por Sérgio Gonçalves; Editado por Patrícia Vicente Rua)