BENAVENTE, 30 Out (Reuters) - Foram criados pontos de controlo em todo o país para impedir viagens não autorizadas durante uma proibição de movimentos de cinco dias que começou na sexta-feira para conter a propagação do coronavírus, uma vez que o número de casos atingiu um nível recorde.
A circulação entre os mais de 300 municípios de Portugal é proibida entre esta sexta-feira e 3 de Novembro para reduzir o risco de transmissão do vírus durante o feriado nacional de Todos os Santos, mas existem excepções, incluindo para aqueles que viajam de e para o trabalho.
Em Benavente, não muito longe de Lisboa, a polícia parou os condutores e perguntou-lhes porque viajavam. A maioria tinha uma razão válida, segundo a polícia.
"São nove horas e ainda aqui estou, mas se tem de ser, tem de ser", disse Cristina Figueira, que foi autorizada a viajar para o trabalho. "Talvez seja uma boa medida para que não haja tanta gente a deslocar-se".
Portugal, com pouco mais de 10 milhões de pessoas, registou um número comparativamente baixo de 137.272 casos e 2.468 mortes, mas atingiu 4.656 casos na sexta-feira, o número diário mais alto desde que a pandemia começou. Os testes também aumentaram.
Um total de 1.927 pessoas estão no hospital, com 275 em unidades de cuidados intensivos (UCI) - mais do que o pico de Abril de 271.
O sistema de saúde, que antes da pandemia tinha o menor número de camas de cuidados críticos por 100.000 habitantes na Europa, pode acomodar 800 pacientes COVID-19 em UCI.
O governo discutirá novas restrições potenciais numa reunião de emergência a realizar no sábado.
"As pessoas deveriam ter mais cuidado e não o têm", disse Hugo Faria, que também foi autorizado a viajar para um município diferente na sexta-feira de manhã por razões de trabalho. "Algumas pessoas sofrem as consequências por causa das acções de outras".
Texto integral em inglês: (Por Catarina Demony e Miguel Pereira; Reportagem adicional de Patricia Vicente Rua; Traduzido para português por Patrícia Vicente Rua)