Por Jan Strupczewski e Gabriela Baczynska
BRUXELAS, 9 Abr (Reuters) - Governos da União Europeia aumentaram a pressão sobre a Holanda nesta quinta-feira para desbloquear meio trilhão de euros em suporte econômico para combater o coronavírus antes de uma reunião de ministros das Finanças, com a Itália afirmando que o futuro da UE está em jogo.
O bloco de 27 países está preparando medidas para ajudar governos, empresas e pessoas a sobreviverem à profunda recessão que a pandemia de coronavírus deve provocar na Europa este ano.
Mas uma videoconferência de 16 horas sobre o pacote desde a tarde de terça-feira teve que ser suspensa até esta quinta-feira porque os ministros travaram em um detalhe ligado a uma divisão na abordagem entre os países da região norte e os do sul.
"É um grande desafio para a existência da Europa", disse à BBC o primeiro-ministro italiano Giuseppe Conte.
"Se a Europa falhar em criar uma política monetária e financeira adequada para o maior desafio desde a Segunda Guerra Mundial, não apenas os italianos mas os cidadãos europeus ficarão profundamente decepcionados", disse ele.
O pacote, que levaria a resposta fiscal total da UE à epidemia a 3,2 trilhões de euros --o maior do mundo-- inclui medidas que podem ser adotadas agora e planos para sustentar a economia mais tarde.
Ambos têm elementos controversos que expõem as profundas divisões entre os países da UE em sua abordagem ao compartilhamento da carga financeira em uma crise, retomando debates amargos e desconfianças da crise da dívida soberana de 2010-2012.
O principal problema para as negociações dos ministros são as condições sob as quais os governos da zona do euro devem ter acesso ao crédito barato do fundo de resgate da zona do euro, o Mecanismo Europeu de Estabilidade (ESM).
A Itália está pronta para aceitar condições bastante leves, enquanto a Holanda, isolada em sua posição, quer condições mais rígidas, incluindo critérios específicos para cada país.