Por Michel Rose e Emmanuel Jarry
PARIS, 2 Mar (Reuters) - O candidato presidencial francês líder nas sondagens, Emmanuel Macron, disse que irá acabar com desigualdades no sistema de pensões da França, vender as participações do Governo em grandes empresas e reduzir o tamanho do Parlamento, num manifesto divulgado com a intenção de se distanciar dos tradicionalistas.
A concorrer como centrista independente, Macron é visto nas sondagens de opinião como vencedor da segunda volta das eleições face à líder da extrema-direita, Marine Le Pen.
"A sociedade que eu quero será livre de restrições e bloqueios e protetora dos mais fracos", disse Macron no programa, visto pela Reuters e apresentado esta quinta-feira.
Diversas reformas propostas poderão provocar debates acalorados num país onde convenções antigas estão a ser prejudicadas por uma lenta recuperação económica, um alto índice de desemprego e um amplo descontentamento quanto às tentativas de integração da maior comunidade muçulmana da Europa, mas também em lidar com a questão do terrorismo.
Embora o governo francês mantenha tradicionalmente uma ampla participação em empresas nacionais, Macron disse que irá vender 10.000 milhões de euros em ações em grupos nos quais o Estado não tenha maioria.
O dinheiro arrecadado será colocado num "Fundo para Indústria e Inovação" visando financiar projetos futuros.
Macron, que na semana passada apresentou um amplo plano económico, misturando cortes de impostos, uma redução em cargos do governo e maiores investimentos, disse ter como objetivo suavizar as grandes diferenças entre as pensões dos funcionários públicos e do setor privado, enquanto mantém a idade da reforma nos 62 anos.
(Traduzido por Patrícia Vicente Rua, Editado por Sérgio Gonçalves)