BRUXELAS, 31 Out (Reuters) - A União Europeia (UE) e o Canadá assinaram um Tratado de livre comércio no Domingo com o objetivo de gerar empregos e crescimento económico, mas o acordo ainda tem de passar em cerca de 40 Parlamentos nacionais e regionais na Europa, nos próximos anos, para entrar inteiramente em vigor.
O primeiro-ministro canadiano, Justin Trudeau, assinou o Tratado com os chefes de instituições da UE, num passo que deve permitir a implementação provisória do acordo no início de 2017, com a remoção da maior parte de tarifas de importação.
O caminho para a aprovação do Acordo Económico e Comercial Global (Ceta) não tem sido tranquilo.
Os residentes do sul da Bélgica que falam francês, minoria no país e que representam menos de 1 por cento dos 508 milhões de consumidores da UE a serem afetados pelo Ceta, levantaram objeções que impediram o acordo até um avanço na quinta-feira, confirmado por votos de parlamentares regionais na sexta-feira.
"Tudo fica bem quando acaba bem", disse o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker. "Temos 20 negociações em curso e hoje estamos a determinar os padrões gerais que a UE e a Comissão Europeia querem que os outros aceitem".
O acordo com o Canadá é visto como um trampolim para um Tratado maior da UE com os Estados Unidos, conhecido como Acordo de Parceria Transatlântica de Comércio e Investimento (TTIP), que tem sido alvo de críticas de sindicatos, ambientalistas e outros grupos.
A comissária de Comércio da UE Cecilia Malmstrom disse que as negociações para a TTIP não estão encerradas, ao contrário do que alguns políticos na Alemanha e em França disseram, mas precisarão aguardar o próximo presidente dos EUA, que assume o cargo em Janeiro, para voltarem à mesa das negociações.
Os que apoiam a medida afirmam que o Ceta aumentará o comércio entre o Canadá e a UE em 20 por cento e impulsionará a economia da UE em 12.000 milhões de euros (ME) por ano e a do Canadá em 12.000 milhões de dólares canadianos.
Para o Canadá, o Tratado é importante para reduzir a dependência do vizinho Estados Unidos da América (EUA) enquanto mercado de exportação.
(Por Robert-Jan Bartunek, Philip Blenkinsop e François Lenoir; Traduzido para português por Sérgio Gonçalves; Editado em português por Patrícia Vicente Rua)