LISBOA, 19 Fev (Reuters) - A balança corrente de Portugal teve um défice de 182 milhões de euros (ME) em 2019, face ao excedente de 792 ME em 2018, com o excedente combinado da balança de bens e serviços a reduzir-se em quase metade, para 818 ME, segundo o Banco de Portugal.
A balança corrente resulta da soma da balança comercial, com o investimento externo e transferências líquidas. Um valor positivo mostra que os activos de um país no estrangeiro aumentaram, e quando é negativo implica que a economia do país está a ser financiada por poupança externa.
"Até dezembro de 2019, o saldo conjunto das balanças corrente e de capital fixou-se em 1871 milhões de euros, o que compara com 2832 milhões de euros em igual período de 2018", referiu o banco central, realçando que "para a redução do saldo contribuíram a balança de bens e a balança de rendimento primário".
Acrescentou que o défice da balança de bens aumentou 819 milhões de euros face ao homólogo e o excedente da balança de serviços aumentou 144 milhões de euros.
Ao longo de 2019, as exportações de bens e serviços cresceram 4,4%, sendo 3,5% nos bens e 5,9% nos serviços, e as importações aumentaram 5,2%, das quais 3,9% nos bens e 11,4% nos serviços.
O Banco de Portugal sublinhou ainda que o défice da balança de rendimento primário aumentou 337 milhões de euros relativamente ao período homólogo, para -5.211 milhões de euros.
"Esta variação resultou sobretudo de uma redução do saldo nos rendimentos de investimento", frisou.
Em 2019, o saldo da balança financeira registou um aumento dos ativos líquidos de Portugal face ao exterior no valor de 2.394 milhões de euros.
"Para este resultado, contribuiu o investimento do setor financeiro, exceto Banco Central, em dívida pública emitida por países da União Monetária. Em sentido contrário, é de salientar o investimento de não residentes em sociedades não financeiras residentes", vincou.
(Por Patrícia Vicente Rua)