BRASÍLIA, 24 Jan (Reuters) - O défice da balança corrente do Brasil caiu 60 por cento em 2016 para 23.507 milhões de dólares, o melhor resultado em nove anos, com um forte ajuste nas contas externas fundamentalmente guiado pela recessão económica.
Com a actividade em baixa, as importações caíram bem mais que as exportações, resultando num superavit comercial de 45.037 milhões de dólares no ano, contra 17.670 MD em 2015, segundo dados divulgados esta terça-feira pelo Banco Central (BC).
Também reagindo ao cenário económico, as despesas líquidas em viagens internacionais caíram 26,4 por cento em 2016.
Por sua vez, as remessas de lucros e dividendos para o exterior recuaram 6,7 por cento comparativamente ao ano anterior.
O desempenho das contas externas acabou por ser pior do que a estimativa do Banco Central, de saldo negativo em 22.000 milhões no ano.
Mesmo assim, representou a melhor marca atingida pelo país desde 2007, quando se verificou um superavit de 408 milhões de dólares.
Para 2017, a expectativa do BC é de um défice maior, de 28.000 milhões de dólares. O agravamento deverá vir de maiores remessas de lucros e dividendos para o exterior e gastos com viagens internacionais em função da modesta recuperação prevista para a economia após dois anos de forte recessão.
Em 2016, o défice em transações correntes foi coberto com folga por Investimentos Directos no País (IDP). (Reportagem de Marcela Ayres; adaptado para português de Portugal por Daniel Lourenço em Gdynia; Editado em português de Portugal por Daniel Alvarenga)