Oferta Cyber Monday: poupe até 60% InvestingProOBTER OFERTA

MERCADOS-Investidor reduz exposição a risco e adota cautela para eleição no domingo

Publicado 01.10.2018, 21:16
Atualizado 01.10.2018, 21:20
© Reuters.  MERCADOS-Investidor reduz exposição a risco e adota cautela para eleição no domingo
IBOV
-
BBTG99
-
SMLL
-

Por Paula Laier, Iuri Dantas e Claudia Violante SÃO PAULO, 1 Out (Reuters)- O mercado brasileiro entra na reta final para o primeiro turno da eleição presidencial no país com investidores cautelosos e menos expostos a risco, de modo que consigam se reposicionar rapidamente para uma esperada volatilidade dos próximos dias, mas principalmente no caso mudança no prenunciado segundo turno entre os candidatos Jair Bolsonaro (PSL) e Fernando Haddad (PT).

A consolidação de Bolsonaro e Haddad na liderança da preferência dos eleitores nos últimos levantamentos de intenção de voto reduziu em parte a volatilidade, uma vez que o mercado ajustou os preços ao cenário para a votação no dia 7, com ambos seguindo para o segundo turno. Mas a nebulosa perspectiva para a próximo dia 28, quando ocorre a votação em segundo turno, não endossa apostas vultosas ou arriscadas para nenhum dos lados.

"O mercado está indo mais 'leve' para a última semana antes da eleição", afirmou o estrategista Karel Luketic, da XP Investimentos. "É difícil ter um posicionamento muito direcional, com as pesquisas sinalizando probabilidade ao redor de 50/50 por cento tanto para um candidato como para o outro."

No caso da bolsa, os investidores focaram nas ações mais líquidas, movimento explicitado pelo comportamento do Ibovespa .BVSP versus o índice de Small Caps .SMLL . O índice que concentra os papéis mais negociados na bolsa encerrou setembro com acréscimo de 3,5 por cento, enquanto o indicador que reúne companhias menores acumulou queda de 2 por cento.

O retorno do capital externo para as ações brasileiras alinhado ao fluxo para mercados emergentes explica parte razoável dessa performance do Ibovespa, que voltou a flertar com 80 mil pontos.

Até o dia 27, setembro registrava entrada líquida de estrangeiros no segmento Bovespa de quase 3 bilhões de reais.

Para o câmbio, mais do que o fluxo, a redução das operações compradas (aquelas que apostam na alta futura da moeda) foi a principal responsável por levar o dólar abaixo de 4 reais no últimos dias de setembro, embora a divisa tenha encerrado o mês passado a 4,0371 reais, com queda acumulada de 0,87 por cento.

"É difícil prever o comportamento ao longo da semana. Podemos ter a continuação da tranquilidade dos últimos pregões", disse o gestor de recursos da Mapfre Investimentos Thiago Souza, ao destacar que os investidores reduziram o risco de seus portfólios.

"Mas a vitória de um candidato não reformista pode trazer de volta um movimento de forte estresse", que já levou o dólar a bater recorde do real no começo de setembro, perto de 4,20 reais, disse.

DESAFIO FISCAL

Ao mesmo tempo, o potencial quadro do segundo turno das eleições começou a ficar mais palatável para os agentes financeiros após reuniões de Haddad com pessoas do mercado, durante as quais teria sinalizado uma política menos heterodoxa, embora a preferência por Bolsonaro persista entre eles, dada a desconfiança em relação à capacidade do candidato do PT de implementar uma política de maior austeridade fiscal e promover reformas como a da Previdência.

Do ponto de vista econômico, a maior preocupação de investidores se refere à trajetória fiscal, com o Brasil devendo registrar em 2019 seu sexto ano consecutivo de rombo nas contas públicas antes do pagamento de juros e com a recuperação econômica abaixo do esperado gerando dúvidas sobre o cumprimento de metas fiscais à frente.

"Temos zero espaço de manobra... é preciso corrigir as contas para não comprometer o próximo mandato", destacou o gerente de tesouraria Jayro Rezende, do Bank of China.

O candidato do PSL tem o respaldo do seu assessor econômico, o economista liberal Paulo Guedes, a quem repassa praticamente qualquer questionamento referente a temas econômicos.

O histórico de responsabilidade fiscal de Haddad quando prefeito em São Paulo e especulações de que poderia escolher para a Fazenda um profissional com perfil ortodoxo num eventual governo do PT, por sua vez, ajudavam a atenuar no mercado perspectivas de uma derrapada na política econômica a partir de 2019.

"Apesar da piora do cenário do ponto de vista do mercado, com um candidato com perfil mais à esquerda ganhando força, há uma expectativa de que essa candidatura possa se mover para um viés mais de centro quando o segundo turno começar", afirmou o estrategista Carlos Sequeira, do BTG Pactual (SA:BBTG99) .

Até o resultado final, contudo, a expectativa é de que a volatilidade persista, embora, nos próximos dias não se descarte alguma trégua se nada de muito diferente vier da bateria de pesquisas agendadas até o domingo.

"Se o cenário mostrado nos últimos dias não se alterar, é possível que tenhamos uma arrefecida nestes últimos pregões que antecedem o primeiro turno", comentou Souza, da Mapfre Investimentos.

Para Luketic, da XP, olhando apenas para a semana, não havendo mudanças muito relevantes no desempenho dos candidatos, o Ibovespa deve se manter ao redor dos 80 mil pontos. "Mas o segundo turno será outra eleição", afirmou.

(Por Claudia Violante, Iuri Dantas e Paula Arend Laier Edição de Maria Pia Palermo e Raquel Stenzel)

Últimos comentários

Divulgação de riscos: A realização de transações com instrumentos financeiros e/ou criptomoedas envolve altos riscos, incluindo o risco de perda de uma parte ou da totalidade do valor do investimento, e pode não ser adequada para todos os investidores. Os preços das criptomoedas são extremamente voláteis e podem ser afetados por fatores externos tais como eventos financeiros, regulamentares ou políticos. A realização de transações com margem aumenta os riscos financeiros.
Antes de decidir realizar transações com instrumentos financeiros ou criptomoedas, deve informar-se sobre os riscos e custos associados à realização de transações nos mercados financeiros, considerar cuidadosamente os seus objetivos de investimento, nível de experiência e nível de risco aceitável, e procurar aconselhamento profissional quando este é necessário.
A Fusion Media gostaria de recordar os seus utilizadores de que os dados contidos neste website não são necessariamente fornecidos em tempo real ou exatos. Os dados e preços apresentados neste website não são necessariamente fornecidos por quaisquer mercados ou bolsas de valores, mas podem ser fornecidos por formadores de mercados. Como tal, os preços podem não ser exatos e podem ser diferentes dos preços efetivos em determinados mercados, o que significa que os preços são indicativos e inapropriados para a realização de transações nos mercados. A Fusion Media e qualquer fornecedor dos dados contidos neste website não aceitam a imputação de responsabilidade por quaisquer perdas ou danos resultantes das transações realizadas pelos seus utilizadores, ou pela confiança que os seus utilizadores depositam nas informações contidas neste website.
É proibido usar, armazenar, reproduzir, mostrar, modificar, transmitir ou distribuir os dados contidos neste website sem a autorização prévia e explicitamente concedida por escrito pela Fusion Media e/ou pelo fornecedor de dados. Todos os direitos de propriedade intelectual são reservados pelos fornecedores e/ou pela bolsa de valores responsável pelo fornecimento dos dados contidos neste website.
A Fusion Media pode ser indemnizada pelos anunciantes publicitários apresentados neste website, com base na interação dos seus utilizadores com os anúncios publicitários ou com os anunciantes publicitários.
A versão em inglês deste acordo é a versão principal, a qual prevalece sempre que há qualquer discrepância entre a versão em inglês e a versão em português.
© 2007-2024 - Fusion Media Limited. Todos os direitos reservados.