LISBOA, 30 Mar (Reuters) - O indicador de clima económico em Portugal subiu pelo terceiro mês consecutivo em Março de 2017, enquanto a confiança dos consumidores voltou a melhorar para o máximo dos últimos 17 anos, disse o Instituto Nacional de Estatísticas (INE), secundando o Banco de Portugal que vê o crescimento a acelerar.
O INE referiu que o indicador de clima económico se situou em 1,6 em Março de 2017, contra 1,4 no mês anterior e 1,0 no mês homólogo de 2016. Por seu truno, o indicador de confiança dos consumidores melhorou para -3,4 pct em Março, contra -4,4 em Fevereiro e -11,3 há um ano atrás.
"O indicador de clima económico aumentou entre janeiro e março, após ter diminuído nos três meses precedentes", explicou o INE, referindo que "os indicadores de confiança aumentaram na Construção e Obras Públicas, no Comércio e nos Serviços, tendo estabilizado na Indústria Transformadora".
"O indicador de confiança dos Consumidores aumentou nos últimos sete meses, retomando a trajetória positiva observada desde o início de 2013 e renovando o valor mais elevado desde março de 2000", disse o INE.
O comportamento deste indicador "resultou do contributo positivo de todas as componentes, perspetivas relativas à evolução da situação financeira do agregado familiar, da situação económica do país e da poupança e, de forma mais expressiva, das expectativas relativas à evolução do desemprego".
Ontem, o BP reviu quadro décimas em alta a projecção de crescimento da economia portuguesa para 1,8 pct do Produto Interno Bruto (PIB) em 2017, prevendo agora que o investimento e as exportações cresçam mais fortemente.
O PIB de Portugal cresceu 1,4 pct em 2016, contra 1,6 pct em 2015, e o Governo prevê que cresça 1,5 pct em 2017, embora tenha havido uma aceleração do crescimento na segunda metade de 2016 que, por efeitos de 'carry over', pode levar a economia a crescer mais.
Portugal cortou o défice público para o nível mais baixo em 42 anos de Democracia nos 2,1 pct do PIB em 2016, muito abaixo do que impunha Bruxelas, reforçando o argumento do Governo que o país sairá do Procedimento de Défices Excessivos (PDE), segundo o INE, que vê o défice a descer para 1,6 pct em 2017.
A 24 de Março, o ministro das finanças Mário Centeno disse que Portugal vai sair do Procedimento por Défices Excessivos após ter cortado o défice público para menos de metade nos 2,1 pct em 2016 "sem milagres ou habilidades. (Por Sérgio Gonçalves)