LISBOA, 29 Jul (Reuters) - A taxa de desemprego em Portugal subiu para 7% em junho, face ao valor revisto de 5,9% em Maio, com dezenas de milhares de empregos a serem eliminados no meio da pandemia de coronavírus, mostraram dados oficiais divulgados esta quarta-feira.
É provável que o número total seja substancialmente mais alto, já que muitos trabalhadores pararam de procurar emprego durante confinamento, o que significa que são deixados de fora das estatísticas de desemprego.
"A evolução do mercado de trabalho continua marcada pelo impacto da pandemia do COVID-19", afirmou o Instituto Nacional de Estatística (INE) em comunicado.
Cerca de 180.000 empregos foram eliminados desde Fevereiro, um mês antes de um bloqueio de seis semanas, mostraram os dados do INE.
Além disso, cerca de 877.000 trabalhadores em licença não estão incluídos nos dados de desemprego do INE.
O esquema permite que as empresas suspendam temporariamente empregos ou reduzam o horário de trabalho em vez de despedir trabalhadores.
O indicador de subutilização da mão-de-obra - que, além dos desempregados, inclui trabalhadores de 'part-time' e actualmente inactivos - atingiu 820 mil pessoas em Junho, informou o INE.
As mulheres e os menores de 25 anos foram os mais atingidos, com a taxa de desemprego entre os jovens de Portugal a subir 4,2 pontos percentuais, para 25,6% em Junho.
O desemprego estava a cair quando Portugal recuperava lentamente de uma crise da dívida, mas deve atingir 9,6% este ano devido à crise de saúde, disse o primeiro-ministro António Costa no mês passado.
A economia dependente do turismo cresceu 2,2% em 2019, enquanto o desemprego estava próximo de um recorde de 6,5%, mas os bloqueios domésticos e no exterior mantiveram os visitantes afastados e encerraram muitas empresas.
A região sul do Algarve, geralmente lotada de visitantes, mas agora quase deserta, foi gravemente atingida, com o número de desempregados registados em Junho a disparar 231% para mais de 26.000 pessoas, mostraram números do Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP) na semana passada.
Texto original em inglês: (Reportagem de Catarina Demony e Joao Manuel Maurício, Traduzido para português por João Manuel Maurício, Gdansk Newsroom; Editado por Sergio Goncalves em Lisboa)