LONDRES, 20 Abr (Reuters) - As 'yields' das obrigações do Sul da Europa subiram para perto de máximos de um mês na segunda-feira, um sinal do mal-estar dos investidores antes de uma cimeira da União Europeia no final desta semana sobre a forma de enfrentar as consequências económicas da crise do coronavírus.
Os custos de financiamento a 10 anos de Portugal atingiram máximos de um mês depois de a Fitch Ratings ter descido, na sexta-feira, as perspectivas de rating do país para estável, de positivo, afirmando que a sua economia, orientada para o turismo, estava particularmente exposta aos riscos negativos da pandemia.
As taxas de rendibilidade das obrigações a 10 anos em Espanha também atingiram o seu máximo num mês; os custos de financiamento em Itália aproximaram-se dos máximos de um mês.
A pressão de venda das obrigações do Estado italiano voltou na semana passada, anulando alguns dos benefícios do enorme esquema de compra de obrigações do Banco Central Europeu, depois dos políticos da zona euro não terem chegado a acordo sobre a emissão de dívida comum como forma de enfrentar a crise.
O primeiro-ministro italiano Guiseppe Conte utilizou na segunda-feira uma entrevista ao alemão Sueddeutsche Zeitung para repetir os apelos à União Europeia para que emita obrigações comuns da Zona Euro a fim de demonstrar a solidariedade do bloco face a uma pandemia que poderá desencadear a pior recessão dos últimos anos.
A Europa vai precisar de pelo menos mais 500 mil milhões de euros das instituições da UE para financiar a sua recuperação económica, para além do pacote acordado de 500 mil milhões de euros, afirmou o chefe do fundo de salvamento da Zona Euro, Klaus Regling.
(Por Dhara Ranasinghe e Elizabeth Howcroft; Traduzido para português por Patrícia Vicente Rua)