LISBOA, 19 Ago (Reuters) - O défice da balança corrente de Portugal alargou 33% para 3,07 mil milhões de euros (ME) no primeiro semestre de 2020, face ao período homólogo, segundo o Banco de Portugal.
A balança corrente resulta da soma da balança comercial, com o investimento externo e transferências líquidas. Um valor positivo mostra que os activos de um país no estrangeiro aumentaram, e quando é negativo implica que a economia do país está a ser financiada por poupança externa.
O banco central realçou que até Junho de 2020, o saldo conjunto das balanças corrente e de capital se fixou em -1.985 ME, o que compara com -1.662 ME em igual período de 2019.
Em Junho, o saldo da balança corrente e de capital foi de 507 ME, versus 54 milhões em Junho de 2019.
No primeiro semestre de 2020, o défice da balança de bens diminuiu 1.623 ME face ao período homólogo, enquanto o excedente da balança de serviços decresceu 3.555 ME.
"Esta redução foi maioritariamente justificada pelo decréscimo acentuado do saldo da rubrica de viagens e turismo, de 3.027 ME", explicou.
Nos primeiros seis meses do ano, as exportações de bens e serviços decresceram 22,8%, dos quais 16,5% nos bens e 34,8% nos serviços, e as importações diminuíram 18,1%, sendo 17,3% nos bens e 22% nos serviços.
O banco central realça que "no primeiro semestre de 2020, o défice da balança de rendimento primário reduziu-se 1.268 ME relativamente ao período homólogo, para -1.848 ME", devido, em grande medida, à redução do pagamento de rendimentos de investimento a entidades não residentes.
O excedente da balança de rendimento secundário decresceu 96 milhões de euros, o que ficou a dever-se a um aumento do pagamento de transferências correntes ao exterior, por comparação com o período homólogo.
(Por Patrícia Vicente Rua)