LISBOA, 17 Set (Reuters) - O défice da balança corrente de Portugal disparou 86% para 2,93 mil milhões de euros (ME) nos primeiros sete meses de 2020, face ao período homólogo, castigado por um excedente muito menor do comércio de serviços que incluem o turismo, segundo o Banco de Portugal.
A balança corrente resulta da soma da balança comercial, com o investimento externo e transferências líquidas. Um valor positivo mostra que os activos de um país no estrangeiro aumentaram, e quando é negativo implica que a economia do país está a ser financiada por poupança externa.
O banco central realça que até Julho de 2020, o saldo conjunto das balanças corrente e de capital fixou-se em -1.698 milhões de euros, o que compara com -605 milhões de euros em igual período de 2019.
Explica que o saldo verificado até Julho resulta dos défices das balanças de bens e de rendimento primário, que foram parcialmente compensados pelos excedentes das balanças de serviços, de rendimento secundário e de capital.
"Nos primeiros sete meses de 2020, apesar do contributo negativo para o saldo, o défice da balança de bens diminuiu 2.615 milhões de euros face ao período homólogo. Contudo, o excedente da balança de serviços reduziu-se em 5.022 milhões de euros", referiu.
"Esta redução foi, na maior parte, justificada pelo decréscimo acentuado do saldo da rubrica de viagens e turismo, de 4.289 milhões de euros. Até julho, as exportações de bens e serviços decresceram 23,3% -- 15% nos bens e 38,4% nos serviços -- e as importações diminuíram 18,8% -- 17,6% nos bens e 23,9% nos serviços", acrescentou.
(Por Patrícia Vicente Rua)