LISBOA, 20 Abr (Reuters) - O défice da balança corrente de Portugal caiu para uns meros 14 milhões de euros (ME) nos primeiros dois meses de 2017, face ao défice de 560 ME no período homólogo, com melhorias expressivas no rendimento primário e superavit na balança de rendimentos secundários, apesar de um aumento do défice da balança de bens, segundo dados do Banco de Portugal.
Numa nota de informação estatística, o BP adiantou que a balança de bens e serviços apresentou um défice de 134 ME, o que compara com um excedente de 66 ME no mesmo período de 2016, influenciado pela evolução da balança de bens.
"Na balança de serviços, o excedente da rubrica 'viagens e turismo' aumentou 106 milhões de euros, fixando-se em 757 milhões de euros", frisou o Banco de Portugal.
O défice da balança de rendimento primário passou de 578 para 278 milhões de euros, diminuindo 299 milhões de euros, influenciado pela redução dos dividendos pagos ao exterior.
O saldo da balança de rendimento secundário aumentou 448 milhões de euros, justificado pela variação das transferências correntes recebidas, e pela diminuição da contribuição financeira paga à União Europeia.
"Nos dois primeiros meses de 2017, o saldo da balança financeira registou um aumento dos ativos líquidos de Portugal sobre o exterior no valor de 572 milhões de euros", referiu o Banco de Portugal.
Destacou o aumento do investimento de não residentes em bancos residentes e, em sentido contrário, uma amortização antecipada do empréstimo contraído no âmbito do Programa de Assistência Económica e Financeira junto do FMI, o que contribuiu para o aumento de ativos líquidos sobre o exterior das administrações públicas.
(Por Daniel Alvarenga; Editado por Sérgio Gonçalves)