LISBOA, 19 Dez (Reuters) - O défice da balança corrente de Portugal fixou-se em 428 milhões de euros (ME) nos primeiros dez meses de 2018, face a um valor positivo de 671 ME no período homólogo de 2017, segundo o Banco de Portugal.
Adiantou que, nos primeiros dez meses do ano, o saldo conjunto das balanças corrente e de capital fixou-se em 1.175 ME, montante inferior aos 2.111 milhões de euros registados em igual período de 2017.
Realçou que "até Outubro de 2018, o défice da balança de rendimento primário cifrou-se em 5.040 ME, superando, assim, o défice de 4.240 milhões de euros verificado em igual período de 2017", explicando que "este aumento do défice resultou sobretudo do aumento dos dividendos pagos a entidades não residentes em Portugal".
O banco central salientou que comparando com igual período de 2017, as balanças de bens e serviços tiveram evoluções distintas.
"O défice da balança de bens aumentou 1.492 ME. Em contraste, o excedente da balança de serviços cresceu 1.177 ME, essencialmente devido à rubrica de viagens e turismo, cujo saldo passou de 9.506 ME para 10.558 ME", frisou.
Até outubro, as exportações de bens e serviços cresceram 6,9 pct -- 6,9 pct nos bens e 7 pct nos serviços. As importações aumentaram 7,7 pct -- 8,3 pct nos bens e 4,9 pct nos serviços.
"Nos primeiros dez meses de 2018, o saldo da balança financeira registou um aumento dos ativos líquidos de Portugal face ao exterior de 1.499 milhões de euros", refeiu o BP.
Explicou que "para esta evolução contribuíram o sector financeiro, com o investimento em títulos de dívida emitidos por não residentes, e o Banco de Portugal, por via da redução de responsabilidades do junto do Eurosistema".
"Por outro lado, verificou-se o investimento de não residentes no capital das sociedades não financeiras residentes e em títulos de dívida pública, originando, em ambos os setores, uma diminuição dos ativos líquidos sobre o exterior", concluiu.
(Por Patrícia Vicente Rua Editado por Catarina Demony)