LISBOA, 21 Mai (Reuters) - O défice da Balança Corrente de Portugal diminuiu 13 pct para 408 milhões de euros (ME) no primeiro trimestre de 2018, face ao período homólogo, beneficiando da melhoria com rendimento primário, segundo dados do Banco de Portugal (BP).
A balança corrente resulta da soma da balança comercial, com o investimento externo e transferências líquidas. Um valor positivo mostra que um país é credor líquido face ao exterior.
Adianta que nos primeiros três meses do ano, o saldo conjunto das Balanças Corrente e de Capital fixou-se em -78 ME, o que compara com -67 ME em igual período de 2017.
"Para esta evolução contribuíram a balança de bens, a balança de rendimento secundário e a balança de capital", referiu o banco central.
Explica que, quando comparada com igual período de 2017, "a balança de bens e a balança de serviços tiveram evoluções distintas, com a primeira a aumentar o défice em 627 ME e a segunda a aumentar o excedente em 341 ME, essencialmente devido à rubrica de viagens e turismo, cujo saldo passou de 1.270 ME para 1.583 ME".
O Banco de Portugal realçou ainda que até Março, as exportações de bens e serviços cresceram 4,5 pct -- 3,3 pct nos bens e 7,3 pct nos serviços --, ficando abaixo dos 5,9 pct registados nas importações, dos quais 6,7 pct nos bens e 2,2 pct nos serviços.
O défice da balança de rendimento primário diminuiu 437 ME para 379 ME, sobretudo devido à antecipação de rendimentos de investimento recebidos do exterior.
"No primeiro trimestre de 2018, o saldo da balança financeira registou um aumento dos activos líquidos de Portugal face ao exterior no valor de 30 ME", sublinhou o banco central.
Explicou que este acréscimo resultou, essencialmente, do investimento em títulos de dívida emitidos por entidades não residentes por parte das sociedades de seguros e dos bancos residentes em Portugal.
Contudo, este aumento foi contrabalançado pela aquisição de títulos de dívida pública por não residentes e pelo aumento de passivos do TARGET do Banco de Portugal. Em março de 2018, o investimento efectuado pelos bancos portugueses influenciou fortemente a balança financeira que apresentou neste mês, um saldo positivo de 895 ME.
(Por Patrícia Vicente Rua Editado por Sérgio Gonçalves)