LISBOA, 22 Jun (Reuters) - O défice público de Portugal caiu para 0,9 pct do Produto Interno Bruto (PIB) no primeiro trimestre de 2018, contra 2 pct no último trimestre de 2017, quando tinha sido penalizado pela recapitalização da estatal CGD, convergindo para a meta do Governo de 0,7 pct para o final de 2018, segundo o INE.
Afirmou que o défice das Administrações Públicas se fixou em 434,3 milhões de euros (ME) nos primeiros três meses de 2018, correspondente aos 0,9 pct do PIB, que compara com um brutal défice de "10,6 pct em igual período do ano anterior, valor largamente influenciado pela operação de recapitalização da CGD".
O Instituto Nacional de Estatística (INE) referiu que, "no lado da despesa, registaram-se diminuições nas principais rubricas da despesa corrente" no primeiro trimestre de 2018.
"É de relevar a diminuição de 1,5 pct das despesas com pessoal, influenciada pela alteração do regime de pagamento do subsídio de Natal, que deixou de ser em duodécimos, e a diminuição de 7,2 pct nos encargos com juros", disse.
Esta redução é "em grande parte justificados pela redução dos juros referentes aos empréstimos obtidos no âmbito do Programa de Assistência Económica e Financeira".
Explicou que a operação de recapitalização da CGD, no primeiro trimestre de 2017, "justifica a quase totalidade da variação negativa da despesa de capital".
"Ainda assim, é de referir o aumento de 18 pct na despesa de investimento", disse o INE.
Do lado da receita, a receita corrente e a de capital aumentaram 3,2 pct e 10,9 pct, respetivamente.
A variação positiva da receita corrente justificou-se pelo aumento das receitas com impostos sobre a produção e a importação (7,2 pct), com contribuições sociais (3,3 pct) e com impostos sobre o rendimento e património (2,6 pct), tendo a outra receita corrente, apresentado uma diminuição de 16,7 pct.
Em 2017, o défice português, retirando a recapitalização da Caixa Geral de Depósitos, fixou em 0,92 pct - o nível mais baixo em mais de 40 anos de democracia, pelo segundo ano seguido.
O Governo prevê que o défice caia para 0,7 pct em 2018 e para 0,2 pct em 2019, estimando um excedente de 0,7 pct do PIB em 2020, que será reforçado depois.
(Por Sérgio Gonçalves; Editado por Catarina Demony)